Ônibus elétricos disparam 149% e puxam importações de pesados no Brasil
Avanço contrasta com retração geral dos pesados, com Espírito Santo concentrando 83% do valor importado
As importações brasileiras de veículos pesados registraram desempenhos contrastantes em 2025. Enquanto o volume financeiro total do setor — que inclui automóveis pesados, reboques e semirreboques — recuou cerca de 8% em relação ao ano anterior, somando US$ 193,7 milhões, as compras externas de ônibus elétricos avançaram de forma expressiva. O salto de US$ 5,1 milhões em 2024 para US$ 12,7 milhões em 2025 representa alta de 149% e coloca o transporte de passageiros como o principal vetor de crescimento da eletrificação pesada no país.
Esse contraste não é isolado e também aparece no mercado de veículos leves eletrificados, no qual diferentes categorias vêm registrando comportamentos divergentes. Assim como entre os pesados, há segmentos em expansão e outros em retração, reforçando que a transição elétrica no Brasil avança de maneira desigual entre nichos.
No caso dos pesados, o movimento mais evidente está na comparação entre ônibus e veículos de carga. Enquanto o transporte de passageiros acelera, os caminhões totalmente elétricos registraram retração de 38% no período, caindo para US$ 34,5 milhões em importações. Já os ônibus a diesel, ainda dominantes no volume financeiro do setor, tiveram leve oscilação negativa de 3%, totalizando US$ 146,5 milhões.
O resultado reforça a hipótese de que a eletrificação avança mais rapidamente onde há pressão por renovação de frota, especialmente em grandes centros urbanos. A concentração geográfica das importações também chama atenção. O Espírito Santo respondeu por 83% de todo o volume financeiro de pesados importados no período, equivalente a US$ 160,6 milhões. O Porto de Vitória, por sua vez, concentrou 82% das operações de desembaraço aduaneiro.
Do InsideEVs