ONU apóia apelo brasileiro pelo fim do subsídio agrícola

Diretor da ONU apóia críticas do presidente Lula aos subsídios agrícolas dos países ricos e aos países que pretendem atribuir à produção de etanol a responsabilidade pela alta do preço dos alimentos.

Lula: “Dedos contra energia limpa estão sujos de óleo”

Ao falar ontem no plenário
da agência da ONU
para Agricultura e Alimentos,
o presidente Lula voltou
a atacar os subsídios
agrícolas dos países ricos
e as barreiras comerciais,
que impedem os países
pobres de vender comida
à Europa.

Ele também atacou os
países que pretendem atribuir
à produção de etanol
a responsabilidade pela alta
do preço dos alimentos.

“Muitos dos que responsabilizam
o álcool pelos
altos preços dos alimentos
são os mesmos que há décadas
mantém políticas protecionistas”,
afirmou.

Lula disse que vê com
indignação que muitos dos
dedos apontados contra a
energia limpa dos biocombustíveis
estão sujos de óleo
e carvão.

Ele lembrou que o petróleo
é responsável por
30% do custo final dos alimentos
e que o preço do
produto passou de 30 dólares
para 130 dólares o barril
em pouco tempo.

Para o presidente, a
solução está em aumentar
a oferta de alimentos, abrir
mercados e eliminar subsídios
de modo a atender à
demanda.

ONU apóia –
O secretário-geral
da ONU, Ban Ki-moon,
apoiou a crítica de Lula aos
subsídios agrícolas e às barreiras
protecionistas.

Ele pediu o livre comércio
mundial, eliminando
as taxas que distorcem os
mercados.

O diretor geral lembrou
que em 2006 os países
ricos gastaram 12 bilhões
de dólares em subsídios e
tarifas protecionistas.

“O efeito foi tirar do
consumo humano 100 milhões
de toneladas de cereais,
para desviá-las à produção
de combustíveis”,
concluiu

Brasil quer retaliar Estados Unidos

O Brasil vai retaliar os
Estados Unidos se a Organização
Mundial do Comércio
(OMC) considerar que o país
descumpriu decisão da entidade
de eliminar o subsídio
aos produtores de algodão.

Na sexta-feira, a OMC
acolheu o protesto brasileiro
e a decisão final será
tomada em outubro.

O governo brasileiro
pediu punição de 4 bilhões
de dólares, equivalente à
quantia que o Brasil deixou
de vender pra o exterior.

O tipo mais comum de
retaliação que o Brasil pode
adotar é a criação de sobretaxas
para a importação de
produtos americanos.