Oposição cobra investigação de gabinete paralelo no ministério da Educação
O vazamento dos áudios do ministro da Educação, Milton Ribeiro, que deixam claro que verbas da pasta eram priorizadas para prefeituras cujos pedidos vinham de dois pastores indicados por Bolsonaro evidenciam um gabinete paralelo no MEC e já foram parar na justiça.
Os pastores Gilmar Santos e Arilton Moura, citados pelo ministro, não têm cargos no governo, mas atuam em um esquema informal de obtenção de recursos.
A oposição cobra investigação e punição para o caso. Após diversas representações, a PGR (Procuradoria Geral da República) decidiu pedir ao STF (Supremo Tribunal Federal) a abertura de inquérito para investigar a conduta do ministro.
O coordenador da Escola Dona Lindu e da Regional Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra, Marcos Paulo Lourenço, o Marquinhos, lembrou que a educação nunca foi prioridade deste governo, mas a corrupção, ao contrário, sempre esteve presente.
“Este já é o terceiro ministro da Educação no governo Bolsonaro, todos eles sem compromisso com o tema. O único compromisso deles é atender aos interesses escusos do presidente. Nós que estamos no dia a dia da educação sabemos a falta que ela faz para a classe trabalhadora e para os jovens. Eles destruíram tudo o que foi construído anteriormente. O brasileiro quer ter uma formação, mas infelizmente este governo só pensa na questão ideológica e está deixando os trabalhadores sem formação alguma, nem técnica nem acadêmica”.
“Um governo que se elegeu com base do discurso de anticorrupção vem a cada dia provando ser o mais sujo e corrupto da história. Este é o governo que temos que derrubar”, completou.
Um quilo de ouro
O prefeito Gilberto Braga (PSDB), do município Luis Domingues (MA), afirmou que o pastor Arilton Moura pediu um quilo de ouro para liberar verbas de obras de educação para a cidade. O pedido teria sido feito em um restaurante de Brasília na presença de outros políticos. A declaração foi dada ao jornal O Estado de S. Paulo.
Áudio vazado
“Minha prioridade é atender primeiro os municípios que mais precisam. E, depois, atender a todos os que são amigos do pastor Gilmar”, disse o ministro da Educação em áudio divulgado pelo jornal Folha de SP. “Porque foi um pedido especial que o presidente da República fez para mim”, completou.