Organização e luta trazem novo Fiesta para São Bernardo

Trabalhadores na Ford, em assembleia no dia 22 de novembro de 2011, aprovaram os investimentos em novos produtos


“Organização possibilitou acordos”, afirmou Barba. Foto: Paulo de Souza / SMABC

O acordo de reestruturação da Ford, em São Bernardo, negociado entre o Sindicato e a empresa e aprovado pelos trabalhadores, no final de 2011, começa a apresentar os primeiros resultados. 

Os companheiros se preparam para produção do novo Fiesta, anunciado durante o Salão do Automóvel de Detroit, nos Estados Unidos na semana passada.

“A organização no local de trabalho e a luta dos trabalhadores e seus representantes no Comitê Sindical de Empresa e no Sistema Único de Representação foi o que possibilitou esse acordo”, afirmou Teonílio Monteiro da Costa, o Barba, diretor Administrativo do Sindicato e membro do CSE na Ford.

O acordo prevê a instalação de uma plataforma global capaz de produzir vários modelos. “Isso significa que a Ford de São Bernardo está incluída na estratégia global da empresa”, comemorou Barba.

“Conseguimos mostrar para a empresa que sua permanência era viável no ABC, principalmente pela qualificação dos trabalhadores na Ford”, lembrou o dirigente.

Para Barba, a produção do novo Fiesta representa uma vitória para toda a categoria e para o Brasil. “Vamos fabricar um carro com maior valor agregado. Isso é bom para trazer mais tecnologia para as empresas, bom para os companheiros que garantem um emprego melhor qualificado e bom para o desenvolvimento do País”, avaliou.

Investimentos
O complexo industrial da Ford em São Bernardo recebeu novos equipamentos e uma série de aprimoramentos para a produção do novo Fiesta, dentro de um amplo programa de investimentos.

Entre os novos equipamentos inclui-se uma linha de prensas de última geração, capaz de realizar cinco estágios de prensagem de forma totalmente automática, com alta produtividade e nível de qualidade. A área de carroceria foi ampliada e conta agora com 310 máquinas automatizadas. 

No setor de pintura, foi instalada uma nova linha de aplicação de fosfato, a primeira camada de proteção da carroceria, por imersão total. Foi adotado também um novo sistema automático de aplicação de “sealer”, material de vedação, por meio de robôs. 

A montagem final ganhou um novo sistema de transportadores aéreos e adequações gerais na linha que facilitam a operação. O controle de qualidade também foi reforçado com um sistema à prova de erro, que avisa se alguma etapa for realizada fora do padrão. 

 “Todo esse processo revela o importante papel que o Sindicato desempenha na garantia dos investimentos, na permanência das empresas e, consequentemente, dos postos de trabalho”, finalizou Barba.


Novo Fiesta. Foto: Divulgação

“Luta, resistência e negociação”
O presidente do Sindicato, Ra­fael Marques, trabalhador na Ford, afirmou que a batalha dos compa­nheiros na montadora foi difícil até que se chegasse ao bom momento atual. “Foi a luta e a resistência dos companheiros e a negociação do Sindicato que garantiu o futuro da fábrica”, afirmou.

“Vivemos momentos difíceis na época da reestruturação em 2001 e a negociação foi fundamen­tal para que se chegasse até a con­quista atual”, completou Rafael.

Da Redação