Organização no Local de Trabalho é fortalecida
Em abril, a categoria iniciou as eleições para os Comitês Sindicais de Empresa (CSE) em 87 fábricas, num total de 244 representantes nos locais de trabalho.
No final dos anos 70, quando os metalúrgicos do ABC iniciaram um dos mais importantes movimentos grevistas no Brasil, não demonstravam apenas descontentamento com salários e condições de trabalho. Queriam também liberdade de organização.
Por isso, ousaram romper com os limites da prática sindical. Assim, o Sindicato promoveu profundas mudanças em sua estrutura organizativa. Mudanças que têm o chão de fábrica como espaço principal de atuação. Os CSE são a consolidação da nova estrutura que queremos.
Eles aprofundam a democracia sindical e fortalecem a luta.
Apenas uma chapa, encabeçada pelo atual presidente do Sindicato, José Lopez Feijóo, se inscreveu para o segundo turno. Ela venceu as eleições com 96,5% dos votos.
Ao mesmo tempo, o Sindicato seguiu acompanhando as eleições para Comissões de Fábricas, Sistemas Únicos de Representação (SURs) e CIPAs, sempre apoiando companheiros comprometidos com as lutas dos trabalhadores.
O novo sindicalismo
Todas as inovações no modo de organização da categoria tiveram início em 19 de abril de 1975. Foi quando Lula assumiu a presidência do Sindicato.
Ele foi homenageado em evento realizado na Sede do Sindicato, com vários diretores que o acompanharam naquela gestão.
“Esse Sindicato me deu tudo que eu precisava para ser presidente da República, mas devo confessar que em Brasília é mais complicado”, revelou Lula.
5º Congresso avança na luta por mudanças
Mais de 500 delegados no 5º Congresso definiram os rumos para o nosso Sindicato nos próximos anos. São ações e deliberações de luta por desenvolvimento econômico sustentável regional e nacional, que garantam a distribuição de renda e a melhoria do padrão de vida dos metalúrgicos e da população.
O plano de luta defende a reeleição do presidente Lula para garantir a continuidade das transformações que apontem para uma sociedade com mais justiça social. Foi aprovada ainda uma moção de apoio à luta antitabagista na categoria. Portanto comece o ano sem fumar, pois só faz mal à saúde.
O encontro realizou ainda importantes debates sobre economia solidária, imprensa, reforma sindical, política industrial, transposição das águas do São Francisco e outros. Entre os debatedores, personalidades como o ministro Ciro Gomes, o secretário Paul Singer e a filósofa Marilena Chaui.
Jornal regional
Uma das decisões permitirá ao Sindicato construir um meio de comunicação de massa envolvendo a elaboração de uma nova Tribuna Metalúrgica, rádio e tevê e internete. Os delegados concluíram que a sociedade também precisa receber informações sob a ótica do trabalhador e os meios sociais devem criar seus sistemas de comunicação para não acabar vítima da mídia.
“Queremos chegar aos bairros, levar as informações sob nosso ponto de vista e construir uma hegemonia a favor dos trabalhadores”, disse Sérgio Nobre, diretor responsável pela comunicação.
Solidariedade com os terceirizados
As representações de trabalhadores nas grandes empresas mostram que também encaminham e encampam as lutas dos companheiros nas firmas terceirizadas, filiadas a sindicatos que ainda não conseguem uma inserção firme.
Além da representação da categoria, as Comissões de Fábrica e Comitês Sindicais negociaram PLR e condições de trabalho com empresas de construção civil, alimentação e limpeza, entre outras, mostrando porque a categoria defende o fim da unicidade sindical e um sistema de organização livre, por ramo de atividade, e não mais por categoria profissional.