Organização no local de Trabalho e o fortalecimento da ação sindical
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Assistimos nas últimas cinco décadas o processo simultâneo de financeirização e globalização da economia, comandados por governos na Europa. Nesse período vivemos a crise do chamado modelo fordista de produção e a emergência do toyotismo, que acarretou uma maior automação no processo de produção e mudanças profundas na gestão do trabalho e da relação entre as empresas. Esse processo, como sabemos, teve como consequência o ataque aos direitos trabalhistas e aos sindicatos dos trabalhadores.
No caso brasileiro, as políticas neoliberais e as suas implicações para o mundo do trabalho foram colocadas em prática de forma sistêmica nos governos de Fernando Henrique Cardoso, com a flexibilização dos direitos trabalhistas. O método de reestruturação produtiva, na maioria dos casos, foi imposto pelas empresas de maneira unilateral sem diálogo com sindicatos. As novas gerências em grandes empresas tentavam cooptar os trabalhadores com práticas comportamentais e nomeando-os de “colaboradores”.
A organização no local de trabalho, foi uma estratégia fundamental para fazer frente às mudanças, ao ataque aos direitos trabalhistas e às novas investidas das gerências para conquistar os corações e as mentes dos trabalhadores. Assim foi entre os Metalúrgicos do ABC, que foram se fortalecendo no chão de fábrica desde o início da década de 1980, e, a partir daí, tiveram um papel ativo e propositivo na negociação da reestruturação produtiva que possibilitou a modernização das plantas, melhoria das condições de trabalho e a preservação dos empregos na região. Os desafios sobre o mundo do trabalho continuam no presente e continuarão no futuro e, a organização no local de trabalho, continua sendo a grande ferramenta do Sindicato no presente e no futuro.
Departamento de Formação