Organizações do Movimento negro cobram providências sobre caso de racismo no Metrô de SP
A Uneafro Brasil e o Instituto de Referência Negra Peregum ingressaram com representação na Promotoria de Justiça de Direitos Humanos do Ministério Público de São Paulo.
As entidades pedem providências sobre o caso de racismo ocorrido em 20 de outubro, na estação Anhangabaú, linha 3-Vermelha do Metrô, quando dois seguranças agrediram brutalmente um jovem negro.
A vítima, que estava acompanhada de seu filho, foi imobilizada com um mata-leão (prática já banida pela polícia de São Paulo) após reagir a uma abordagem racista por parte dos seguranças. Uma testemunha que passava pelo local registrou a cena, enquanto tentava acalmar o filho do jovem que estava no carrinho de bebê e pedia aos seguranças para que não sufocassem o homem.
As organizações do movimento negro também notificaram o diretor-presidente da Companhia do Metropolitano de São Paulo, Silvani Alves Pereira, pedindo respostas da empresa.
“Não podemos banalizar essas situações por mais que elas ocorram cotidianamente, precisamos cobrar providências e alertar sobre o racismo no Brasil que fere e mata. É um menino negro que morre porque foi deixado sozinho no elevador pela patroa da mãe, um jovem negro morto pela polícia enquanto comia marmita ou um músico baleado pelo exército a caminho de um chá de bebê, e tantos outros assassinatos. Agora mais essa agressão inaceitável que ocorreu no Metrô de São Paulo a um homem negro por aqueles que deveriam proteger a população”, lembrou o coordenador da Comissão de Igualdade Racial e Combate ao Racismo do Sindicato, Carlos A. Queiroz Rita, o Somália.
“O Dia da Consciência Negra se aproxima e ainda há muito trabalho a fazer com relação à conscientização da população em geral sobre o racismo estrutural impregnado na nossa sociedade”, completou o dirigente.
Histórico de violência racial
Em 2020, no Dia da Consciência Negra, ocorreu o caso de racismo brutal com o brasileiro João Alberto, que morreu após ser agredido por seguranças com um mata-leão no Carrefour. Pouco antes, as manifestações “Vidas Negras Importam” haviam tomado as ruas dos EUA em protesto ao assassinato de George Floyd, agredido por um policial que colocou o joelho em seu pescoço, sufocando-o até a morte.