Orgulho de ser Metalúrgico e Metalúrgica do ABC. Quem, senão nós?

Quem senão nós? Quem senão nós estará na linha de frente na luta por uma sociedade mais justa e fraterna para a classe trabalhadora?

Foto: Adonis Guerra

Mais um ano está chegando ao fim. Quando o ano se aproxima do término, nossa tendência é olhar para aquilo que fizemos ao longo dele, para tudo o que realizamos nesse período tão agitado e extremamente positivo para o Sindicato e para os trabalhadores e trabalhadoras. Buscando na memória as ações dos Metalúrgicos do ABC, podemos dividir nossas realizações em políticas permanentes, manifestações, conquistas e muito mais.

Se falarmos das práticas e políticas que o SMABC vem desenvolvendo, não podemos deixar de mencionar as Resenhas realizadas, momentos de conversa com os comitês sindicais de fábrica para saber como está a companheirada do chão de fábrica e as famílias dos companheiros e companheiras que organizam nossa luta diariamente. Um diálogo mais próximo com quem foi eleito CSE na nossa base.

Dentro dessa mesma linha de práticas tivemos a Tribuna na Mão, que aproxima ainda mais o Sindicato da categoria, conversando e entregando nosso jornal aos trabalhadores e trabalhadoras nas madrugadas, olho no olho, seja em São Bernardo, Ribeirão Pires, Diadema ou Rio Grande da Serra.

Entre as práticas que se destacaram em 2025 tivemos também a cultura dentro do Sindicato e presente na vida dos trabalhadores e trabalhadoras, com o Samba de Luz realizado todo primeiro domingo do mês no solo sagrado da classe trabalhadora, um verdadeiro sucesso. Tivemos ainda diversos lançamentos de livros ao longo do ano, com vários escritores que vieram à nossa casa, além do tradicional Arraiá de Diadema, que em 2025 chegou à sua 25ª edição.

E, ainda na cultura, tivemos a presença do Sindicato no Carnaval, acompanhando o trabalho da escola de samba Vai-Vai, que no próximo ano homenageia São Bernardo do Campo. E como falar desta cidade sem falar da luta dos trabalhadores e trabalhadoras? Assim, mais uma vez, lá estão os Metalúrgicos e Metalúrgicas do ABC no bastião da história da luta da classe trabalhadora. Outra grande marca foi o nosso inesquecível 1º de Maio no Paço Municipal da cidade, depois de oito anos. O Paço ficou pequeno, lotado, em uma festa maravilhosa para celebrar os 100 anos da data no nosso país. Foi o maior 1º de Maio do Brasil, no mesmo mês em que o Sindicato também comemorou 66 anos de história, de conquistas e de maturidade.

Foram várias políticas permanentes incorporadas ao nosso trabalho, todas trazendo resultados muito positivos para os trabalhadores e trabalhadoras. Na campanha salarial, tivemos a conquista de acordos nas montadoras e, depois, a campanha propriamente dita, que resultou em um bom acordo, garantindo aumento real por dois anos consecutivos.

Tivemos mobilizações importantes. O ato na Marechal foi a nossa grande mobilização do ano, quando lotamos as ruas de São Bernardo para reivindicar a correção da tabela do Imposto de Renda, a isenção para quem ganha até R$ 5 mil e a redução da jornada de trabalho. Uma passeata que marcou a história do Sindicato e do País. Também tivemos o Plebiscito Popular, que levou urnas às fábricas para ouvir os trabalhadores e trabalhadoras sobre a redução da jornada e a isenção no Imposto de Renda.

Realizamos também diversas outras manifestações: como o Ato da Soberania na Avenida Paulista e contra a PEC da Blindagem e lutamos contra o tarifaço do Trump. Outra mobilização fundamental foi a luta na autopeças Movent, em Diadema. Por lá, os trabalhadores e trabalhadoras lutaram para receber seus direitos; foi uma batalha dura, mas a vitória virá, fruto da coragem daqueles que não arredaram o pé e permaneceram acampados.

Promovemos ações voltadas à sociedade, que mostram a cara da nossa categoria. Como sindicato cidadão, discutimos a cannabis medicinal e firmamos convênio com a ONG Flor da Vida, reconhecendo a importância desse tratamento comprovado pela ciência. Levamos atendimento do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) até a comunidade no Morro do Samba, em Diadema, garantindo acesso aos trabalhadores e trabalhadoras. Também não podemos deixar de citar a força das comissões de cidadania: as Mulheres Metalúrgicas do ABC estiveram presentes em todas as atividades, levantando a bandeira contra a violência, o feminicídio e pela paridade; assim como a luta contra o racismo e pela igualdade racial, a participação dos PCDs (Pessoas com Deficiência), dos jovens e da população LGBTQIA+. Em 2025, todos estiveram presentes na nossa trajetória de conquistas.

Outra ação marcante dentro das políticas permanentes foi a da Escola de Formação Integral Dona Lindu, que firmou parceria com o Instituto Federal e passou a oferecer novos cursos. A formação profissional é essencial para os trabalhadores e trabalhadoras e representa uma bandeira permanente do nosso Sindicato.

O Sindicato esteve presente permanentemente em Brasília, cobrando do governo e apresentando propostas de políticas para beneficiar trabalhadores e trabalhadoras, metalúrgicos ou não. Participamos das discussões sobre transição energética, com dois painéis na COP30 (30ª edição da Conferência das Partes sobre Mudança do Clima da ONU), em Belém. Fomos o único sindicato do país a ter um painel na área azul, espaço reservado para governos.

Em casa, recebemos a deputada Erika Hilton para um debate riquíssimo sobre o fim da jornada 6×1. Fomos também o primeiro sindicato a receber um presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo. Nunca antes na história do País um presidente do BC havia pisado em um sindicato. Ele veio para ouvir, em alto e bom som dos trabalhadores e trabalhadoras, que os juros estão insuportáveis e prejudicam o País. Também recebemos o presidente Lula em São Bernardo, em um grande aulão para a juventude do ABC no ginásio poliesportivo.

Dezenas de delegações internacionais também estiveram em nossa sede e, ainda no cenário internacional, fomos convidados a acompanhar o presidente Lula em viagens ao exterior, integrando a comitiva no Japão e no Vietnã, onde discutimos novos mercados e dialogamos com sindicatos locais para construir intercâmbio, algo extremamente importante.

E encerramos o ano com a volta do Salão do Automóvel, depois de sete anos. Nossa categoria participou e ocupou em peso a abertura no Anhembi.

Ufa! Que ano!

Um sindicato da nossa dimensão tem o compromisso de atuar. Se queremos entregar uma sociedade melhor para nossos filhos e netos, precisamos plantar a semente agora. O Sindicato jamais se furtará de representar os trabalhadores e trabalhadoras, dentro e fora da fábrica, em todas as instâncias, onde for, a hora que for.

Quem senão nós? Quem senão nós estará na linha de frente na luta por uma sociedade mais justa e fraterna para a classe trabalhadora?

Orgulho de ser Metalúrgico do ABC!

Então, desejo um feliz 2026 a todos os trabalhadores, trabalhadoras e suas famílias. Aproveitem suas famílias, que são o nosso maior bem.

Moisés Selerges

Presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC