Os 40 anos do golpe que sangrou o Brasil: Nunca o País foi tão inteligente

A cultura resistiu o quanto pôde contra a ditadura militar após o golpe de 1964. O primeiro protesto de massa ocorreu já em dezembro de 1964, com o espetáculo Opinião, montado pelo Grupo Opinião, do Rio de Janeiro. Mistura de show musical e teatro, por meio de denúncias e de músicas de protesto buscava sensibilizar o público a se engajar na luta contra o regime militar através de músicas cantadas por Zé Ketti (representando o morro), João do Vale (representando o nordestino) e Nara Leão (representando a classe média).

Depois o Opinião montou Liberdade, Liberdade, com Paulo Autran, e Se correr o bicho come, se ficar o bicho pega, uma sátira aos militares, entre outros espetáculos, sempre com grande sucesso de público e crítica.

>> Os festivais

Os festivais da canção organizados pela TV Excelsior em 1965 e pela TV Record, ambas de São Paulo, em 1966, em 1967 e em 1968, e mesmo o Festival da Canção, da Globo, foram uma grande oportunidade para que cantores e compositores manifestassem sua oposição ao regime militar devido ao enorme alcance que essas apresentações tinham.

Canções como Roda Viva, de Chico Buarque de Holanda, Questão de Ordem, de Gilberto Gil, É Proibido Proibir, de Caetano Veloso, Ponteio, de Edu Lobo, Viola Enluarada, de Milton Nascimento, Caminhando, de Geraldo Vandré, A Estrada e o Violeiro, de Sidney Muller, Sinal Fechado, de Paulinho da Viola e muitas outras surgiram ou se consagraram na luta contra o regime.