Os 40 anos do golpe que sangrou o Brasil: O fim de 21 anos de ditadura
O quadro de crise econômica de um lado e suspensão de direitos políticos de outro provocou a explosão de diversos movimentos reivindicatórios. A luta armada, o movimento sindical e o movimento estudantil são três das mais importantes forças que se levantaram contra o regime dos militares. O último foco importante da guerrilha foi brutalmente esmagado pelo Exército no Pará (região do Araguaia) ainda em dezembro de 1973.
O movimento sindical voltou a ser forte na segunda metade da década de 70. Ele protestava contra a precarização das condições de vida dos trabalhadores, o arrocho salarial e a falta de liberdade. Greves, passeatas e manifestações deixavam clara a posição dos trabalhadores frente ao regime, principalmente dos metalúrgicos do ABC.
No final dos anos 70, incentivado pelo exemplo dos trabalhadores, os estudantes voltam a ocupar as ruas em grandes manifestações exigindo liberdades democráticas. Consta dos arquivos do SNI (Serviço Nacional de Informações) que o maior temor dos militares, já no final da década de 70, era que ambos os movimentos se articulassem e iniciassem atos em conjunto.
Em 1979, o ditador de plantão, Ernesto Geisel, revogou o AI-5. No mesmo ano, começaram as grandes greves operárias no ABC. Em 1982 vieram a moratória da dívida externa e as crises econômica e política intensificam-se. Já não havia condições dos militares darem conta das demandas que estavam desatadas.
Cai a censura à imprensa e começa o cerco ao regime. Em 1982, pela primeira vez depois do golpe, a oposição tem mais votos que a situação nas eleições para o Congresso Nacional. No ano de 1983 surge a idéia de empolgar o País com um movimento por eleições diretas à Presidência da República.