“Os cipeiros estão sempre ao lado dos trabalhadores”
Na semana em que se comemora o Dia do Cipeiro (27 de julho), a Tribuna conversa com representantes em diversas fábricas da base sobre a importância da atuação da Cipa, os desafios neste momento de pandemia e a luta por melhores condições de saúde e segurança dos trabalhadores.
“Os cipeiros se destacam por estar sempre ao lado dos trabalhadores, defender um ambiente melhor e mais seguro. É ser o fiscal, intervir no processo produtivo, participar ativamente, negociar com a responsabilidade de defender a saúde e a segurança dos trabalhadores”, ressaltou o diretor executivo, responsável pelo Departamento de Saúde do Sindicato, Nelsi Rodrigues, o Morcegão.
“Sempre fui militante, não tem como ver as coisas acontecendo e não fazer nada. Ser cipeiro e dirigente é encarar onde tiver luta, não sair antes de terminar, em defesa dos trabalhadores. Na Movent, a situação está complicada, estamos atuando em cima para que cumpram a legislação, EPIs e os cuidados com higiene e limpeza. Fizemos protestos internos para ter condições adequadas de trabalho. Os patrões no país falam que o governo é deles. Esse governo neoliberal, em plena pandemia, quer matar a gente ou mandar de volta para a senzala. Se quer ter esperança de um futuro melhor para os trabalhadores, tem que lutar”, Darci Alves de Moura, o Pânico, cipeiro em segundo mandato e CSE na Movent, em Diadema.
“Tem gente que quer ser da Cipa só para segurar emprego, mas a atuação da Cipa é muito mais importante para melhorar o ambiente de trabalho de todos dentro da fábrica. No começo, eu era a única mulher, depois vieram outras. Conheço todo mundo, os trabalhadores sempre procuram para reivindicar algo. A organização dos trabalhadores é muito importante, se não é a gente no chão de fábrica, junto com o Sindicato, os trabalhadores ficariam sozinhos, sem ninguém para fazer as reivindicações. Conquistamos melhorias na segurança das máquinas, com adaptações de segurança, piso, e seguimos na luta”, Maria Zélia Vieira Viana, cipeira há cerca de cinco anos e CSE na Ouro Fino, em Ribeirão Pires.
“A Cipa sempre foi a porta de entrada para as pessoas que querem atuar em defesa do trabalhador. O primeiro representante do trabalhador é o cipeiro, é quem está no ambiente de trabalho, conhece os equipamentos e o pessoal no chão de fábrica. É a Cipa que dá suporte para que a atuação com o Sindicato seja feita de forma conjunta e mais efetiva na defesa e no respaldo aos trabalhadores. É ajudar no que for necessário, na luta por melhores condições de higiene, saúde e segurança. Nesta pandemia, trabalhamos para que a volta da produção fosse a mais segura e tranquila possível, com adaptação dos postos de trabalho e busca de melhorias para nos proteger, proteger ao próximo e às nossas famílias”, Francisco Lourival de Lima, o Chico, cipeiro em segundo mandato e CSE na Arteb, em São Bernardo.
“Atuar na Cipa é ajudar a eliminar condições inseguras dentro da fábrica, ter melhorias no ambiente e melhores condições ergonômicas. Os trabalhadores precisam valorizar e ter contato diário com os cipeiros, para que tenhamos um diagnóstico das condições de trabalho e então atuar na defesa da saúde e da organização do trabalho. Com a pandemia, a Cipa tem importância primordial para prevenção do contágio pelo vírus e para acompanhar diariamente a situação. Os cipeiros, junto com o CSE, acabam sendo referência em todos os assuntos, sobre governo, futuro da produção nacional, atuação do Sindicato Cidadão para além das fábricas”, Romeu Pereira da Silva, segundo mandato de Cipa na Mercedes, em São Bernardo.