Os desafios do mundo do trabalho e o 1º de maio

A modernidade no mundo do trabalho implica em mudanças diversas no modo como executamos as tarefas, em como nos relacionamos com o trabalho, com as chefias, com os companheiros
e com o sindicato.

Grandes mudanças na forma de produzir, especialmente em relação à gestão do trabalho, acontecida em algumas empresas e em construção em outras, nos colocam desafios no que se
refere ao nível de autonomia e controle que podemos ou não ter sobre o nosso trabalho
e, consequentemente, a possibilidade de ver reconhecido nosso papel de sujeito na produção da riqueza, no desenvolvimento da região e do País.

Na perspectiva da empresa, a nova forma de gestão tem como objetivo central que façamos a adesão a seu projeto, nos sintamos parte dele e responsáveis por ele. Se compararmos às relações de antigamente, aquelas à base do chicote e à funções repetitivas e monótonas, a
adesão ao projeto da empresa parece ser uma oportunidade importante para construirmos
relações mais civilizadas no trabalho.

É preciso, porém, refletir. Desejamos que as empresas cresçam e que a região se desenvolva, porém olhamos para este mesmo objetivo sob um ângulo diferente. 

Nós queremos que haja crescimento com distribuição de riqueza; que nossa participação nas decisões seja, de fato, não apenas no discurso; que não adoeçamos no trabalho; que o desenvolvimento preze pelo meio ambiente etc. Para tanto, é preciso que esses dois atores, empresários e trabalhadores, dialoguem e negociem.

Aqui no ABC, por meio de intensa luta, mobilização e organização dentro das fábricas, os metalúrgicos ocupam este espaço. No Brasil, porém, esta ainda não é realidade comum. A
CUT tem este compromisso e todos nós também.

Neste momento histórico, é mais uma vez reafirmado o papel dos sindicatos como instituição viva
que representa os interesses da classe trabalhadora, que propicia o debate, canaliza as decisões coletivas e estimula em todas as suas ações a construção de laços em bases de solidariedade, respeito e democracia.

Neste 1º de Maio, temos muito à comemorar pelo que já foi construído, e muito a comemorar pelo que pode ser construído coletivamente. Viva os trabalhadores!!

Departamento de Formação