Os desafios para uma transição justa e popular na perspectiva sindical
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As diversas transformações e transições em curso abrem um amplo campo de disputas. Para a classe trabalhadora, o debate da transição energética e tecnológica não se trata apenas de uma agenda ambiental, mas de luta de classes. A forma como esse processo será conduzido definirá se a transição será justa ou se resultará em mais desigualdade, precarização e exploração dos países periféricos.
O Brasil possui 84,8% de sua matriz energética renovável. A média mundial é de 28,1%. Enquanto isso, 25% das famílias brasileiras são afetadas pela pobreza energética. Os dados refletem: o que está em jogo é a soberania energética e o futuro da classe trabalhadora e dos territórios periféricos.
Para isso, setores estratégicos precisam ser discutidos com responsabilidade e com a participação efetiva das comunidades e dos trabalhadores, para que assim seja possível enfrentar a pobreza energética e alimentar, por exemplo, com soberania nacional, reforma agrária e renda digna.
Iniciativas como a Nova Indústria Brasil, o Combustível do Futuro e o MOVER já foram pensados neste contexto, além de propostas como a reconversão industrial, visando a diversificação da produção e criação de novos mercados, e a renovação de frota que incentiva a produção e reduz emissões.
Para que o Brasil seja protagonista, precisamos considerar a centralidade dos trabalhadores e a melhoria das condições para as populações mais vulneráveis. O processo de transição energética só fará sentido se inclusivo e justo.
Subseção do Dieese