Os idosos merecem respeito
Os idosos no Brasil são 14,5 milhões de pessoas, cerca de 18% da população. Acompanhando uma tendência mundial, nos últimos 20 anos houve no País uma significativa elevação da expectativa de vida dos brasileiros, decorrente de dois fatores fundamentais: a melhoria da qualidade de vida e a diminuição da taxa de mortalidade infantil.
Apesar dos dados apresentarem significativa melhora em relação ao passado, a situação atual dos idosos continua precária e para muitos incerta. A rede de proteção social existente atende precariamente aposentados e pensionistas, deixando parte significativa dos idosos à mercê do apoio familiar ou da ação de instituições sociais, onde elas existem.
Em regiões e municípios mais pobres os valores obtidos com a aposentadoria tornaram-se a principal fonte de recursos que movimenta a economia local. Nessas regiões e nas regiões mais desenvolvidas, tem sido crescente o número de aposentados que se tornaram arrimo de família, abrigando sob seu teto filhos desempregados e suas famílias.
Este quadro se torna mais preocupante se considerarmos que, sob o impacto das mudanças acontecidas de forma mais ampla na economia, as empresas passaram a desenvolver uma política de recursos humanos que tende a excluir trabalhadores com mais de 45 anos.
Esta visão de que os trabalhadores têm uma vida útil para o trabalho cada vez mais curta tende a se alastrar das empresas privadas para o conjunto da sociedade. Como desdobramento, além do aumento do desemprego, tendem também a crescer o preconceito e a discriminação contra as pessoas que vão envelhecendo, mesmo que tenham pouco mais de 45 anos.
Este deve ser um tema de reflexão para todo cidadão brasileiro. Ao fazer a defesa dos idosos, cada um deve imaginar sua própria situação no futuro e sonhar com uma sociedade que tenha resgatado valores civilizatórios fundamentais, como o da dignidade da pessoa humana, a ser preservada em todos os momentos de seu ciclo de vida.
Departamento de Formação