Os negros no mercado de trabalho
Na história do Brasil sempre houve uma valorização dos personagens de cor branca, como se nossa história fosse feita somente por europeus e seus descendentes.
Ontem, porém, 20 de novembro, em homenagem a Zumbi dos Palmares (1655-1695) e a seus ideais de liberdade, comemoramos o Dia da Consciência Negra.
Apesar da luta e das conquistas pelo fim da discriminação racial, os negros ainda sofrem com a desigualdade, principalmente no mercado de trabalho. De acordo com a Pesquisa de Emprego e Desemprego (PED) da Fundação Seade e do Dieese para a região metropolitana de São Paulo, as dificuldades encontradas pelos negros para se inserirem no mercado de trabalho são significativamente maiores, expressas, sobretudo, pela elevada proporção no contingente de desempregados (43%).
Esse descompasso reflete o acúmulo de carências ao longo de várias gerações, cujos efeitos levam ao comprometimento de uma formação adequada que prepare o indivíduo para o mercado de trabalho. Tradicionalmente, os negros entram no mercado de trabalho mais cedo e nele permanecem por mais tempo, fato este associado a um tipo de inserção mais frágil, muitas vezes relacionado à menor qualificação profissional, o que leva à auto-ocupação, ou ao emprego doméstico e à construção civil, cujas remunerações costumam ser insuficientes.
O nível de escolaridade também tende a ser inferior e não há como negar que o acesso restrito à escola é uma das principais causas da desigualdade no mercado de trabalho. Por isso, segundo especialistas, a redução das disparidades começa na educação fundamental. Somente assim, por meio da educação é que conseguiremos banir o preconceito e construir um Brasil melhor no futuro.
Subseção Dieese