Os perigos da volta dos tucanos
O ex-assessor político do Sindicato e secretário de Diretos Humanos, Paulo Vannuchi, alerta para o retrocesso que representaria a volta de um governo PSDB/PFL ao País. Seu alerta é reforçado pela afirmação de Yoshiaki Nakano, cotado para o Ministério da Fazenda de um governo tucano, que defende corte de R$ 60 bilhões nos programas sociais.
Segundo turno aumenta legitimidade e governabilidade
O secretário de Direitos Humanos do Governo Federal, Paulo Vanuchi, afirma que o segundo segundo turno da eleição oferece algo que o governo não teria caso vencesse no primeiro turno: “A votação agora é pautada pela escolha de dois projetos. O segundo turno nos dá a construção de uma hegemonia superior, de uma legitimidade superior”, disse Vanuchi, que por 20 anos foi assessor político do nosso Sindicato. Ele concedeu a seguinte entrevista à Tribuna.
Por que a legitimidade é maior com a vitória em segundo turno?
Ganhar a eleição no dia 1º de outubro seria como tomar posse no dia 1º de janeiro e ter o pedido de impeachment pronto no dia 2. O segundo turno complica muito essa alternativa para as forças da direita. Agora, o Brasil vai se dividir e nessa divisão você vai articular cada uma das forças sociais e das forças estaduais. Dessa forma, o resultado eleitoral permitirá um segundo mandato muito mais assentado em governabilidade. O segundo turno é a chance de sair com uma legitimidade mais clara.
Como você viu o debate?
Muita gente acha que o Alckmin bateu. Não vi isso. O Alckmin não tem consistência. O Lula expressa uma história do Brasil. O Alckmin é um atalho da história. Foi um bom vereador e prefeito em Pindamonhangaba e aí deu um salto, virou o favorito do Covas. Mário Covas, que teve uma história pela democracia, trouxe ele para ser seu vice com aquela malandragem do líder que não gosta de um vice muito forte. E aí a história reservou uma surpresa. Covas morreu e Alckmin se tornou governador. Fora a agressividade, ele não mostrou propostas no debate e reafirmou a cartilha neoliberal da aliança PSDB/PFL.
O que muda agora na campanha em relação ao primeiro turno?
Onde houver um mínimo de consciência haverá a compreensão que agora são dois projetos em disputa. O nosso programa está fortemente marcado por um projeto de afirmação do Brasil. A fala de Lula é fala do Brasil que está em construção. O Brasil que pela primeira vez começa a enfrentar um dos problemas mais centrais de sua desigualdade, que é o da distribuição de renda.
Ele abriu uma estrada nova que mexe nos fundamentos para um novo modelo econômico. O Bolsa Família, por exemplo, vai entrar agora numa segunda etapa que é a inclusão produtiva, através da formação e qualificação profissional, da organização da área de biodiesel, do sistema de cooperativas, do micro crédito e de todo o estímulo ao pequeno empreendimento individual ou solidário/cooperativo.
Mas o adversário fala em continuar os programas sociais?
Ele é incapaz de enfrentar o Bolsa Família e apresentar uma novidade ao combate à desigualdade. Por isso, criou o argumento do corte de gastos. Mas o