Os respeitáveis cidadãos e o ovo da serpente
Em 1964, um grupo
reacionário da classe média,
identificado com a
alta burguesia brasileira
e internacional, saiu às
ruas defendendo a derrubada
do então presidente
João Goulart, o
Jango, como era chamado.
Ela foi eleito dentro
das regras democráticas
e defendia políticas públicas
para a população mais
humilde. Daquele ano,
seguiram-se 21 anos de
repressão da ditadura
militar sobre os trabalhadores.
Atualmente, uma pequena
parte da elite teima
em ofender o governo
legitimamente eleito. Em
passeata, volta a chamar
os militares para a cena
política da sociedade civil,
quem sabe para mais
21 anos de ditadura.
Julgam-se anjos estes
respeitáveis cidadãos,
mas escondem uma perversidade.
Estão entre
eles os que não se importam
com os ônibus lotados
nas periferias e a espera
por eles, muitas vezes na
chuva. Estão entre eles os
que afirmam ser compatível
colocar onze pessoas
por metro quadrado dentro
das composições do metrô.
Atualmente, oito pessoas
se engalfinham por
metro quadrado. Estão entre
eles os que utilizam a
dor dos familiares mortos
no acidente aéreo.
É golpe
Não há anjos nesta
história. Há um claro
conteúdo fascista nestes
golpistas. Não deveríamos
estranhar! A perversidade
é uma tendência
já existente entre os respeitáveis
cidadãos. Porém,
ela ganha asas
quando lhes é dada cobertura
jornalística, com
matérias pagas sem a devida
caracterização de
compra e venda.
Fingem não ver a
realidade visível de que
os mais pobres estão se
alimentando, tendo mais
emprego, freqüentando a
universidade, tendo uma
melhor distribuição de
renda e tendo esperança
de um Brasil melhor.
Departamento de Formação