Os resultados do PIB e a recuperação desigual da indústria

Na semana passada o IBGE divulgou o resultado do crescimento da economia no terceiro trimestre: 7,7% em relação ao trimestre anterior. Recuperação insuficiente para repor a perda do segundo trimestre, que retraiu 9,6%.

A indústria cresceu 14,8% com destaque para a indústria de transformação, com alta de 23,7%. Já a agropecuária caiu 0,5% e os serviços subiram 6,3%.

Na relação a igual período do ano passado, o PIB caiu 3,9%, a indústria teve queda de 0,9%, a agropecuária cresceu 0,4%, enquanto os serviços caíram 4,8%.

Vale destacar que em setembro a indústria retomou o nível de atividade anterior à pandemia e em outubro o setor ficou 1,4% acima do patamar pré-pandemia. Contudo, o crescimento de 1,1% observado em outubro mostra desaceleração no ritmo de retomada, sendo o menor crescimento em seis meses.

Considerando-se os diferentes grupos e ramos industriais, nota-se uma retomada desigual. Quando comparado ao mesmo trimestre do ano anterior, o ramo alimentício apresentou alta de 9,8%, o ramo eletrônico cresceu 10,4%, enquanto a fabricação de veículos automotores teve a maior queda, que chegou a 25,0%, sendo seguida do setor têxtil e vestuário, com retração de 15,5%.

Os resultados apontam para uma sensação mista, sendo positivos alguns dados, e preocupantes os demais. Mais preocupante ainda é o fato de que não temos planejamento econômico na esfera do governo federal para que se construa uma retomada abrangente e sustentada, especialmente considerando a indústria brasileira, que já havia apresentado queda de 1,1% em 2019. Esse cenário demanda uma atuação firme e coordenada do governo federal, capacidade que não parece existir no Ministério da Economia.

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