Os trabalhadores negros no Brasil
No último dia 20 foi comemorado o dia nacional da consciência negra. Não há como falar de consciência negra sem debatermos o problema da discriminação que é um fato permanente nas relações sociais de uma sociedade marcada pela desigualdade e pelo autoritarismo.
Os dados do mercado de trabalho demonstram como, no Brasil, a convivência relativamente pacífica entre os diferentes grupos raciais não assegura igualdade de oportunidades. A discriminação no emprego, na educação e na remuneração juntamente com a falta de políticas públicas de qualificação e de integração da população negra, explicitam o quanto o racismo se adaptou à sociedade brasileira.
Segundo dados do Boletim DIEESE, a inserção e permanência dos negros no mercado de trabalho se dão de forma precária e desigual: a população negra se concentra de forma intensa nos ramos de atividade agrícola, construção civil e prestação de serviços, com maior representatividade na categoria de trabalhos domésticos.
Recebendo menores salários, com altas taxas de analfabetismo e menos tempo de estudo que outros segmentos, a população negra recebe um tratamento diferenciado que a impede de dar saltos de mobilidade social e conseguir melhores níveis de vida. As trabalhadoras negras são duplamente penalizadas.
Para reverter esta situação, um bom começo é passar a falar abertamente sobre a discriminação, democratizando a questão. As práticas discriminatórias estão embutidas no cotidiano das pessoas. A discriminação se manifesta sob as mais variadas formas, sendo preciso combatê-la por meio da informação, conscientização, sensibilização e, em alguns casos, do emprego de medidas compensatórias que se mostrem capazes de corrigir as desigualdades.