Otis: Protesto contra demissões
Os trabalhadores na Otis, em São Bernardo, deram até o final da tarde de ontem de prazo para a empresa abrir negociações sobre 15 demissões realizadas quinta e sexta-feiras passadas. Se não houvesse resposta, os 430 companheiros na fábrica entrarão em greve geral hoje.
Quinta passada, a Otis anunciou demissões alegando baixa performance. “Isso não é verdade, pois no ano passado cumprimos todas as metas”, rebatem Paulo Francisco Franco, o Boneca, do Comitê Sindical de Empresa, e Genildo Dias Pereira, o Gaúcho, da Comissão de Fábrica.
A CF quis negociar uma alternativa, mas a empresa recusou e aumentou a truculência iniciando as demissões. Em protesto, os cerca de 70 companheiros da produção (os demais são administrativos) cruzaram os braços. Na quinta foram demitidos oito, entre eles sequelados, membros do CSE e cipeiros.
Sexta-feira houve assembléia e foi exigida a abertura de negociações. Outra vez a Otis respondeu com nova intransigência e, além de negar qualquer contato, demitiu mais sete trabalhadores. No mesmo dia o Sindicato protocolou aviso de greve.
Demonstrado que aposta no conflito, ontem a empresa cometeu nova represália e tirou as linhas de ônibus de circulação, impedindo a chegada da maior parte dos companheiros na fábrica. Apesar da sacanagem, teve outra assembléia.
Só que a empresa permitiu a entrada apenas dos administrativos e impediu a entrada dos horistas.
“O sr. Luiz Leskovar, diretor de RH, é o responsável pela paralisação da Otis na segunda-feira, pois foi ele que tirou os ônibus”, denunciam Boneca e Gaúcho.