Pagamento do 13º salário deve injetar R$ 3,6 bilhões na economia da região

Trabalhadores na base dos Metalúrgicos do ABC recebem R$ 427,2 milhões dos recursos totais

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O montante que deverá ser pago a título de 13º salário na região do ABC em 2021 foi estimado em R$ 3,6 bilhões, divididos em R$ 2,5 bilhões pagos aos trabalhadores com carteira assinada e R$ 1,1 bilhão aos aposentados e pensionistas da Previdência Social. A região do Grande ABC participa com cerca de 1,6% de todo 13º salário pago no país, estimado em R$ 232,6 bilhões para 2021.

Os cálculos foram realizados pela Subseção do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) no Sindicato e reuniram dados da Rais (Relação Anual de Informações Sociais), do Novo Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregado) e da Previdência Social, todos fornecidos pelo Ministério da Economia.

O estudo não leva em conta os assalariados sem registro em carteira, os autônomos ou trabalhadores que possuem outras formas de inserção no mercado de trabalho que, eventualmente, recebam algum recurso como abono de final de ano, já que não há dados disponíveis sobre esses rendimentos.

13º na base dos Metalúrgicos do ABC

Os trabalhadores na base dos Metalúrgicos do ABC recebem R$ 427,2 milhões dos recursos totais de 13º salário em 2021, montante esse que, segundo o Dieese, exerce forte papel no desempenho positivo da economia local no período de festas de final do ano.

1,275 milhão receberam

De acordo com o levantamento, na região, um total de 1,275 milhão de pessoas são beneficiadas com o pagamento do 13º salário, sendo 769,9 mil trabalhadores com carteira assinada e 504,6 mil beneficiários da Previdência Social.

Relevância econômica

 “A relevância econômica desse recurso de R$ 3,6 bilhões só é possível graças à luta por direitos trabalhistas e previdenciários, à luta dos sindicatos lá atrás para transformar o 13º em uma legislação. Precisamos valorizar essa conquista”, lembrou o coordenador da Subseção do Dieese, Luís Paulo Bresciani.

 “Essa relevância também pode ser medida pela ausência, ou seja, sem 3,6 bilhões muitas famílias estariam ainda mais pobres, dívidas não seriam pagas, festa de Natal não seriam feitas, presentes não seriam entregues e viagens não seriam possíveis. Se não tivéssemos conquistado esse valor, nos faria uma imensa falta economicamente e também socialmente”, concluiu o coordenador.

Prioridades

A economista Zeíra Camargo, responsável pelo levantamento, alertou que o valor deve ser utilizado prioritariamente para a quitação de dívidas. “É importante que aqueles que estão endividados usem o recurso para pagar dívidas já assumidas e assim evitar juros. Em segundo lugar, deve-se guardar parte para compromissos do início do ano, como impostos e matrículas escolares. E, se for possível, sabemos que é difícil diante da atual situação da inflação que tem corroído o poder de compra dos trabalhadores, reservar uma parcela para aproveitar as festas de final de ano e férias”.

Uma pesquisa realizada pela Serasa Experian, revelou que, nos últimos 12 meses, 75% das famílias no país estão endividadas.