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Em 1970, uma violenta repressão cala a sociedade e aumenta a exploração dos trabalhadores, criando as bases econômicas para o chamado milagre brasileiro. A propaganda oficial procurava vender uma imagem de paz e tranquilidade, criada às custas do arrocho salarial, censura e mordaça aos trabalhadores.

O I Congresso dos Metalúrgicos, em 1974, define as linhas gerais do movimento que ficou conhecido como novo sindicalismo e deu
início ao rompimento com a estrutura oficial firmada a partir da promulgação da CLT (Consolidação das Leis do Trabalho) em 1943.

Em 1977, explodiu o escândalo da manipulação pelo governo dos índices de inflação usados para corrigir salários.
A subseção Dieese de nosso Sindicato calculou que faltavam 34,1% para zerar as perdas. A categoria inicia um grande movimento de reposição e acumula forças.

Na manhã de 12 de maio de 1978, os trabalhadores na Scania, em São Bernardo, entraram na fábrica, vestiram o macacão, bateram o cartão e, em vez de ligarem as máquinas, cruzaram os braços exigindo aumento salarial. Depois de 14 anos de ditadura,os trabalhadores ocupavam a frente das lutas por democracia.

A Sede do Sindicato começou a ficar pequena para comportar a massa de trabalhadores que se dirigia para lá. A solução encontrada
foi realizar as assembleias da categoria no estádio de Vila Euclides (atual 1º de Maio). Na primeira delas, em 1979, não havia palanque e
Lula teve que falar em cima de mesas e debaixo de chuva.

Em 13 de abril de 1979, os metalúrgicos do ABC deflagram a primeira greve geral de uma categoria urbana na história recentedo sindicalismo no País. O governo militar responde proibindo as assembleias no Vila Euclides. O paço de São Bernardo torna-se o principal palco de outras lutas da categoria.

Em 1980, a categoria entra em greve. O movimento, que durou 41 dias, sofre forte repressão do governo militar.
Helicópteros do Exército sobrevoam o estádio de Vila Euclides para intimidar os metalúrgicos em assembleia.
O Sindicato sofre nova intervenção, a diretoria é cassada e a cidade é cercada pelas forças da repressão para impedir qualquer reunião
ou manifestação. Em resposta, a categoria assiste a missa do trabalhador na Igreja Matriz, organiza uma caminhada com mulheres à frente e resolve voltar ao Vila Euclides.