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A organização no local de trabalho se consolida como pauta obrigatória dos metalúrgicos do ABC, em 1981, tornandose objeto de lutas. Passeata dos trabalhadores dentro das instalações da Ford, em São Bernardo, defende a implantação da Comissão de Fábrica.

A campanha salarial de 1982 começou sob os efeitos da política econômica recessiva do governo. A categoria era duramente castigada pelo
desemprego. Os patrões tentaram aproveitar a situação e a categoria se preparou para uma luta dura.

No ano seguinte a situação econômica estava ainda mais difícil para os trabalhadores. Para as elites a situação era outra, mas o discurso patronal continuava o mesmo. O cartunista Henfil flagrou com felicidade aquele momento difícil e produziu a ilustração que repetimos em nossa campanha salarial em 1983.

O governo militar intervém no Sindicato em resposta à greve de mais de 80 mil metalúrgicos do ABC em solidariedade aos petroleiros. Os
trabalhadores de todo o Brasil reagem e o movimento de solidariedadese espalha, unificando a luta de todos no País. Foi esse o fermento
para a fundação da CUT (Central Única dos Trabalhadores).

Em 1984, a diretoria cassada do Sindicato convoca uma convenção da categoria para escolher os representantes de fábrica que deveriam compor a chapa para disputar a eleição, inovando em relação aos procedimentos anteriores e avançando na democratização do Sindicato.

Categoria entra em greve em 1985 pela redução da jornada de trabalho, principal reivindicação da campanha salarial. Três anosdepois, a conquista é assegurada pela Assembléia Constituinte, que garante na Constituição redução de jornada de 48 para 44 horas semanais.

José Sarney assumiu a Presidência da República em 1985 e no ano seguinte baixou o Plano Cruzado que, sob a justificativa de conter a inflação, congelou preços e salários. Foi o início de uma série de planos econômicos que faziam o trabalhador pagar a conta.