Países emergentes estarão no comando da indústria automotiva no mundo

Em 2011 os mercados emergentes pela primeira vez produzirão mais veículos que os países maduros, segundo estudo da consultoria PricewaterhouseCoopers, 37,3 milhões de veículos contra 36,7 milhões de unidades. Serão eles, em especial os do Bric, que puxarão o crescimento mundial do mercado automobilístico dos próximos anos.

A consultoria projeta produção global de 93,5 milhões de unidades em 2016, ante 57,6 milhões produzidas no ano passado. Do volume que virá, 37% sairão de fábricas instaladas no Brasil, Rússia, Índia e China, com destaque para as duas últimas, cotadas para serem responsáveis por quase metade do crescimento mundial da indústria. “São mercados com população gigantesca e de enorme potencial de crescimento, além de terem suporte do governo e ambição em se tornarem grandes exportadores”, disse Marcelo Cioffi, consultor da PwC.

Segundo Cioffi a geografia da indústria automobilística mudará. China, Índia, Rússia, Brasil e Tailândia são os países que mais receberão investimentos nos próximos anos, roubando participação de mercados tradicionais, como Japão, Estados Unidos e Alemanha. Emergirão dos países asiáticos novos fabricantes, que ganharão força na cena mundial: “Há ainda tendência de consolidação em toda a cadeia.”

Os mercados da chamada Ásia desenvolvida têm nos híbridos e elétricos uma fonte importante de criação de demanda, uma vez que o desempenho doméstico sofre com estagnação. “O Japão, por exmplo, terá problemas para exportar por conta de seu câmbio valorizado e precisará focar na eletrificação para gerar demanda interna. Já a Coreia não tem esse problema.”

De acordo com Cioffi a Europa Ocidental se tornará centro de produção de veículos premium, aproveitando a demanda chinesa por modelos do segmento, ainda que a vendas locais sigam em declínio. O Leste Europeu, que perdeu uma década de crescimento com a crise, retornará a curva ascendente com incentivos governamentais.

Nos Estados Unidos, uma mudança de consumo: os utilitários esportivos cederão lugar aos crossovers e veículos pequenos na lenta, porém, estável recuperação do mercado doméstico. Crescem também os investimentos em tecnologias híbridas e elétricas, sem deixar de lado o desenvolvimento de motores a combustão mais eficientes.

Da Autodata