Países não querem navios americanos nos mares do Sul

Os presidentes do Brasil,
Argentina, Venezuela
e Bolívia manifestaram
desagrado ao anúncio do
governo norte-americano
em recriar a 4ª Frota Naval,
feito na semana passada.

Para eles, a presença de
embarcações de guerra nos
mares do Sul é uma ameaça
a soberania dos países da
região.

A 4ª frota foi desmontada
em 1950, depois de
caçar submarinos nazistas
nas águas do Atlântico Sul
durante a Segunda Guerra.
A nova frota poderá contar
com até 22 embarcações, inclusive
dotada de mísseis.

De acordo com a Marinha
norte-americana, as
embarcações serão utilizadas
em operações de paz,
de assistência humanitária
e de socorro em caso de
desastres naturais.

Mas, o almirante Gary
Roughead avisou: “Que
ninguém se engane, pois a
4ª frota estará pronta para
qualquer tipo de ação, em
qualquer lugar e a qualquer
momento”.

Para o comando da frota
foi escolhido o contra-almirante
Joseph Kernan, que
participou das invasões do
Afeganistão e do Iraque.

Entre 1898 e 1994, os
Estados Unidos ajudaram
a derrubar 41 governos
latino-americanos, com 17
intervenções diretas.

Aqui no Brasil, a 4ª
frota ameaçou quatro vezes,
a última em 1964, quando
transportava armas e munições
para apoiar o golpe
militar contra Jango e retornou
porque não houve
resistência.

Analistas políticos comentaram
que a criação da
4ª frota é uma nova corrida
por energia e alimentos,
desta vez na América Latina,
por causa de seus recursos
energéticos e reservas
minerais e hídricas, com
grande capacidade de produção
de alimentos.