Países se reúnem para apoiar Evo Morales

Começou ontem no
final da tarde a reunião
de emergência da União
Sul-Americana (Unasul)
de apoio ao presidente boliviano
Evo Morales, que
denunciou a tentativa de um
golpe de Estado por parte
dos governadores de Santa
Cruz, Beni, Pando e Tarija,
com apoio dos Estados
Unidos.

O encontro da Unasul,
que reúne os 12 países
sul-americanos, é um aviso
a esses governadores e a
setores do Exército de que
a entidade não vai aceitar o
rompimento da ordem institucional
na Bolívia.

Esses Estados, governados
por uma elite racista,
iniciaram movimento de
oposição ao presidente Evo
Morales, mesmo após ele
ser confirmado no cargo
em plebiscito realizado em
agosto, quando obteve 67%
dos votos.

Nesses departamentos
(Estados), empresários financiam
bandos terroristas
que massacraram camponeses
favoráveis ao governo,
saquearam prédios federais,
Manifestantes favoráveis ao governo de Evo Morales mostram armas durante
mobilização na cidade de Yapacani, em Santa Cruz
destruíram a televisão estatal,
sabotaram gasodutos e
bloquearam rodovias.

Ação da elite – Evo Morales disse que
a tentativa de golpe é uma
violência fascista com o objetivo
de acabar com a democracia
e dividir o país.

As manifestações de
rua são lideradas por grupos
de jovens da classe média
branca, comandados pela
União Juvenil Cruzense,
que tinha o apoio do embaixador
norte-americano
Philips Goldberg antes dele
ser expulso da Bolívia.

O eslogam da entidade
é “terminemos com os collas (indígenas),
raça maldita”
.

Para acabar com os
atos terroristas, Evo Morales
decretou estado de sítio,
acionou tropas do Exército
para garantir o fornecimento
de gás à população
e pediu a prisão do governador
de Pando, Leopoldo
Fernández.

Ele é acusado de financiar
pistoleiros que na
quinta-feira passada atiraram
contra mil camponeses
que marchavam à Cobija,
capital de Pando. O ataque
resultou em mais de 30
mortos, dezenas de feridos
e 50 desaparecidos.

O ministro de Governo,
Alfredo Rada, disse que esse
foi o massacre mais sanguinário
já acontecido no País em
tempos de democracia.

Mídia brasileira cobre caso muito mal

A cobertura da crise
boliviana feita pela mídia
brasileira beira a irresponsabilidade.
Na tevê, os
chefes golpistas já foram
chamados de líderes cívicos
e dirigentes regionais.

Os bandos terroristas
organizados e armados pela
elite racista são tratados de
comitês cívicos e grupos
rebeldes.

A imprensa brasileira
chamava de negociador o
embaixador norte-americano
expulso por estimular
abertamente a divisão
do País.