Palocci pede demissão da Casa Civil; Gleisi Hoffmann assume
O ministro-chefe da Casa Civil, Antonio Palocci, solicitou no início da noite desta terça-feira (7) seu afastamento do governo após polêmica envolvendo sua evolução patrimonial. Em reunião com a presidente Dilma Rousseff e ministros, nesta terça-feira (7), ficou decidido pela mudança no posto, mesmo depois de a Procuradoria Geral da República ter arquivado as representações contra Palocci.
O nome da senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) foi confirmado logo depois como substituta para o cargo. Esposa do ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, ela passa a ser a décima ministra de Dilma, em um total de 37. Procurada pela Rede Brasil Atual, a senadora não foi localizada.
Palocci teve seu patrimôno aumentado em 20 vezes nos últimos quatro anos. Ele manteve, durante seu mandato de deputado federal, a Consultoria Projeto, prestando serviços para grandes empresas. A oposição sustenta que a prática levanta suspeitas de tráfico de influência, por ter alterado a função social da empresa apenas um mês antes de assumir o posto do governo.
Em nota divulgada pela Casa Civil, o ministro volta a reafirmar sua inocência e a legalidade das ações de sua empresa. “Entretanto, a continuidade do embate político poderia prejudicar suas atribuições no governo”, explica a nota.
Apesar das explicações em reiteradas notas e em entrevistas à TV e a um jornal na última sexta-feira (3), sua situação política não se sustentou. Palocci até conseguiu ver revertido um requerimento de convocação na Comissão de Agricultura da Câmara dos Deputados – a partir de um acordo costurado pelo presidente da Casa, Marco Maia (PT-RS) –, mas aceitou a decisão de Dilma para que ele deixasse o cargo.
Palocci foi um dos três principais coordenadores da campanha eleitoral de Dilma à presidência em 2010. Ao lado de José Eduardo Cardozo (atualmente ministro da Justiça) e de José Eduardo Dutra (ex-presidente nacional do PT, afastado por motivos de saúde), ele formava o que a então candidata chamou de seus “três porquinhos”. Por seu papel durante o processo, fez parte da equipe de transição de governo. Sua saída é a primeira troca no primeiro escalão da gestão.
Em 2006, então no Ministério da Fazenda, Palocci afastou-se do cargo no último ano da primeira gestão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A saída na ocasião teve como estopim o escândalo da quebra de sigilo bancário do caseiro Francenildo dos Santos Costa.
Confira a nota de Palocci sobre o pedido de demissão:
O ministro Antonio Palocci entregou, nesta tarde, carta à presidenta Dilma Rousseff solicitando o seu afastamento do governo.
O ministro considera que a robusta manifestação do Procurador Geral da República confirma a legalidade e a retidão de suas atividades profissionais no período recente, bem como a inexistência de qualquer fundamento, ainda que mínimo, nas alegações apresentadas sobre sua conduta.
Considera, entretanto, que a continuidade do embate político poderia prejudicar suas atribuições no governo. Diante disso, preferiu solicitar seu afastamento.
Da Rede Brasil Atual