Pandemia e falta de peças freiam recuperação do setor automotivo

A produção cresceu 2% em relação ao primeiro trimestre de 2020, mas vendas internas desaceleram

Diante do quadro atual, marcado pelo agravamento da pandemia e a falta de insumos no setor, a indústria automotiva até conseguiu resultados satisfatórios neste início de ano. A produção cresceu 2% no primeiro trimestre em relação ao mesmo período de 2020, com 597,8 mil unidades fabricadas, das quais 200,3 mil em março, o melhor mês do ano.

O mercado interno, no entanto, apresentou resultados frustrantes, conforme a Anfavea admite no texto com os novos dados do setor divulgado nesta quarta-feira, 7. As 527,9 mil unidades licenciadas no primeiro trimestre, incluindo veículos leves e pesados, representaram queda de 5,4% na comparação interanual e, o mais preocupante, de 23% em relação ao último trimestre do ano passado, “freando a recuperação que vinha desde a metade de 2020”.

Tradicionalmente, segundo a entidade, essa queda era de apenas 15%. E a comparação entre março deste ano e do ano passado traz ainda, de acordo com a Anfavea, um ilusório crescimento de 15,7%, visto que naquela época o mercado parou por completo em função do início da pandemia do coronavírus. Ao divulgar os dados do setor, o presidente da Anfavea, Luiz Carlos Moraes, não poupou críticas à condução econômica e da pandemia no País.

Em contrapartida, destacou o esforço logístico das montadoras para atingir produção de 197 mil unidades em um mês marcado por falta de insumos e feriados antecipados pelo agravamento da pandemia. De acordo com o balanço da Anfavea, no dia 31 de março havia 14 montadoras paradas, num total de 30 fábricas que empregam 65 mil trabalhadores. Nesta quarta-feira, 7, esses números foram reduzidos para 5 montadoras, 10 fábricas e 5,5 mil funcionários.

Do AutoIndústria