Pandemia leva países a trocar encontros por ‘diplomacia do Zoom’

Isolamento lança discussão sobre limites das plataformas virtuais nas negociações internacionais

As orquestras sinfônicas de Pequim, do Rio e de Brasília se unindo para tocar remotamente o clássico Garota de Ipanema e a folclórica Flor de Jasmin no 71º aniversário de fundação da República Popular da China. Um festival de cinema italiano totalmente on-line.

Dezessete exportadores de alimentos e autopeças da Província de Córdoba levados pela embaixada da Argentina para uma missão virtual com potenciais clientes no Rio Grande do Sul, em Santa Catarina e no Paraná. Um encontro digital de chanceleres do Brasil, Alemanha, Índia e Japão para cobrar a reforma do Conselho de Segurança da ONU.

Bem-vindos à “diplomacia do Zoom”, que levou o universo das relações internacionais – de eventos culturais organizados por embaixadas a delicadas negociações entre países – para as plataformas eletrônicas. A grande pergunta é se os novos costumes criados pela pandemia e pela necessidade de distanciamento social vieram para ficar, evitando viagens de avião e deslocamentos de milhares de quilômetros para reuniões que, não raramente, duram só algumas horas.

Depende do que está em jogo, opina o secretário de Comércio Exterior do Ministério da Economia, Lucas Ferraz, com a autoridade de quem participou das rodadas decisivas de negociação do tratado entre Mercosul e União Europeia. Em estágios preliminares de discussão de um acordo ou reuniões mais técnicas, talvez dê para dispensar um voo transatlântico e todo o custo de afastamento do país.

Do Valor Econômico