Pandemia, quanto tempo mais?

Não é possível fixar uma data para decretar o fim da pandemia no Brasil. Vários são os motivos. E todos eles, direta ou indiretamente, de responsabilidade do governo federal, na figura do presidente da República e seus pares.

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Porém, algumas medidas necessárias deveriam ter sido adotadas pelo governo federal e autoridades de saúde do país para impedir contato entre pessoas infectadas e pessoas saudáveis e evitar novos contágios. Estabelecer um programa de imunização da população, com vacinação em massa, que atingisse o mais rápido possível 70% a 80% da população, era fundamental.

Não foi isso que se viu fazer. O presidente Bolsonaro fez questão de negar a gravidade da pandemia e as medidas de controle não foram estabelecidas, as equipes de Saúde da Família e os agentes comunitários de saúde, atuantes em todo o território nacional, não receberam orientação para identificar casos, rastrear contatos e isolar pessoas suspeitas de estarem contaminadas.

Além disso, Bolsonaro posicionou-se contra o isolamento social, com medo de perder popularidade, e passou a defender o uso de medicamentos inúteis no tratamento contra a Covid-19. Transformou-se em garoto propaganda de cloroquina, um antimalárico usado há mais de 80 anos, ineficaz no combate ao coronavírus, conforme demonstrado em inúmeros estudos científicos.

Nas condições em que nos encontramos, o fim da pandemia, se aperfeiçoadas as medidas necessárias para controle, pode ocorrer somente em 2023.

É fundamental estabelecer controle efetivo sobre a doença que, mesmo em queda, apresenta, ainda, média de mortes diárias no Brasil superior à de muitos países e de alguns continentes inteiros.

Faça sua parte: não deixe de se vacinar; contribua com a diminuição da circulação do vírus e das variantes; não seja um ‘sommelier’ de vacinas; ajude a salvar vidas.

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Departamento de Saúde do Trabalhador e Meio Ambiente