Para Alckmin, passageiros ´preferem ir apertados´ de trem e metrô em São Paulo
O governador paulista, Geraldo Alckmin (PSDB), comemorou o aumento do número de usuários do metrô e dos trens. Ele participou, nesta quinta-feira (15), da viagem inaugural de duas novas paradas da Linha 4 – Amarela, na capital paulista, na Luz e na República. “Nós hoje transportamos 215 mil passageiros por dia na Linha 4. Deveremos chegar ao fim do ano com mais de meio milhão e no ano que vem com 700 mil passageiros”, afirmou.
As vias da Companhia do Metropolitano (Metrô) e da Companhia Paulista de Trens Municipais (CPTM) – vinculadas à Secretaria estadual dos Transportes Metropolitanos – e da Viaquatro – consórcio privado que administra a Linha 4 – são alvo de reclamações pela lotação. Dados da Community of Metros (CoMet) indicam que a concentração de pessoas é a maior entre as 12 maiores redes metroviárias do mundo.
“É bom que novas pessoas peguem o metro. (Os passageiros) preferem ir mais apertadas, mas chegar em casa no horário”, disse Alckmin”Batemos o recorde de passageiros na CPTM, com 2,5 milhões (em 6 de setembro), e no Metrô, com 4,150 milhões (em 12 de agosto)”, disse. Questionado sobre o colapso do sistema, Alckmin minimizou a superlotação exaltando o fato do sistema ser mais rápido e não ter congestionamentos.
“É bom que novas pessoas peguem o metro. (Os passageiros) preferem ir mais apertadas, mas chegar em casa no horário”, insistiu. O governador também ressaltou que a população se motiva pela economia da tarifa. Segundo ele, é mais barato pegar um trem e depois o metro, por R$ 2,90, do que a integração entre um metro e um ônibus, R$ 4,29.
Acompanhado do prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (ex-DEM, rumo ao PSD), o governador voltou a prometer que as novas paradas devem aliviar as estações Sé e a Paraíso, já que passageiros da zona leste podem ir até a estação República (pela Linha 3 – Vermelha) e, dali, tomar a linha 4, com destino à avenida Paulista, por exemplo. Na Luz, a conexão é com a Linha 2 – Azul.
“Essas duas estações vão aliviar a Sé. A vantagem de você fazer novas estações e integrar mais o sistema é que ele fica mais equilibrado. Você dá outras opções. A estação Sé, tem 800 mil (passageiros) por dia, vai ser aliviada em 20% com a Luz e a República. Não só a Sé, a Paraíso também”, explicou Alckmin. A menção é a duas estações que acumulavam, até agora, todas as conexões entre as linhas.
O secretário de Transportes Metropolitanos, Jurandir Fernandes, ressaltou que não só as outras linhas de metrô e trem são beneficiadas com o funcionamento da Linha 4. Há a estimativa de que 25 mil pessoas migraram dos ônibus do corredor da avenida Rebouças e rua da Consolação para a via. “Obviamente, eu preferia que mais gente deixasse o carro para usar o Metrô”, adiantou-se Fernandes.
O horário inicial de funcionamento é das 10h às 15h, de segunda a sábado. Alckmin prometeu ainda que, até o dia 30 de setembro, as duas estações estarão funcionando no horário integral, das 4h40 às 0h e até a 1h aos sábados, além de operar aos domingos.
Inaugurada em maio de 2010, a Linha 4 passou um ano funcionando em horário reduzido para testes – embora a expectativa inicial fosse de que o período duraria seis meses. Com a abertura de novas estações, esse período foi sendo ampliado. Desde a última segunda-feira (12), as demais paradas já ficam abertas durante os dias úteis e aos sábados no mesmo horário do restante da rede do Metrô.
Novas estações
Alckmin aproveitou o evento para deixar claro aos paulistanos que a próxima estação a ser entregue será a Adolfo Pinheiro, da Linha 5-Lilás, com previsão para 2013. O governador afirmou há um grande investimento em segurança e tecnologia em todas as linhas. “Estamos investindo em segurança e tecnologia, para diminuir o intervalo entre as composições e assim aumentar a quantidade de trens”, afirmou o governador.
As outras cinco estações da Linha 4 – Amarela, (Mackenzie-Higienópolis, Fradique Coutinho, Oscar Freire, São Paulo-Morumbi e Vila Sônia) têm privisão de entrega somente em 2014. Sérgio Avelleda, presidente do Metrô, descartou a possibilidade de a linha estar completa para a Copa do Mundo. Segundo ele só algumas estações ficarão prontas antes do evento esportivo.
Atrás de México, Santigo e Buenos Aires
O metrô paulistano é tido como um dos mais modernos do mundo, mas o serviço poderia ser muito melhor se não fosse a lentidão com o que o governo do Estado investe no sistema, que começou a operar nos anos 1970 e possui 70 quilômetros de extensão divididos em cinco linhas. A média diária de passageiros é de 3,4 milhões, sendo que a cidade tem quase 12 milhões de habitantes e é o centro de uma Região Metropolitana com 20 milhões de pessoas.
A Cidade do México, centro de um conglomerado urbano com o mesmo número de habitantes, começou seu sistema metroviário na mesma época que o de São Paulo e já chegou a 202 quilômetros em suas 11 linhas.
A Grande Santiago, no entorno na capital do Chile, também inaugurou sua primeira linha em meados dos anos 1970. Com 6,6 milhões de habitantes, a cidade é servida por 105 quilômetros e cinco linhas de metrô, e deve chegar a 120 quilômetros em 2014.
Buenos Aires, na Argentina, começou a construir suas linhas subterrâneas no início do século 20. Hoje conta com 56 quilômetros em seis linhas, para uma população de 3 milhões de pessoas.
Desde 2008, segundo a CoMET, organização que reúne as 12 maiores redes de trens metropolitanos do mundo, o metrô paulistano é o mais cheio do planeta. O cálculo envolve o número de passageiros por quilômetro construído.
Da Rede Brasil Atual