Para além da reforma agrária

 
MST agora também se preocupa com acesso à tecnologia e infraestrutura

Ao completar 25 anos, o Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) contabiliza o assentamento de 500 mil famílias e passa a defender uma nova forma de reforma agrária.
Antes, a reforma era uma medida para distribuir a terra e a produção.
Agora, a luta ganhou um novo conteúdo, com um modelo de produção agrícola de alimentos saudáveis e de matérias primas sem agredir o ambiente.
“Defendemos não só a luta pela distribuição de terra, mas também o acesso à tecnologia na produção agrícola, infraestrutura nos assentamentos e defesa do meio-ambiente”, disse Gilmar Mauro, um dos coordenadores nacionais do MST.

Alianças
Dentro dessa visão, o maior inimigo ao avanço de reforma agrária é o agronegócio. “Queremos um modelo de produção agrária que não esteja vinculado a uma política de produzir alimentos a qualquer custo, com agrotóxicos e monocultura”, disse Gilmar Mauro.
João Pedro Stédile, também da coordenação nacional do MST, afirmou que o agronegócio não representa a solução para os problemas de milhões de pobres que vivem no meio rural.
“Se agora os inimigos são também as empresas internacionais, que dominam os mercados mundiais, os camponeses dependerão cada vez mais das alianças com os trabalhadores da cidade para poder avançar nas suas conquistas”, comentou.