Para combustível renovável do futuro, empresa aposta em… restos de madeira

A Vertoro, um startup holandês de produção de energia, patenteou um processo termoquímico único em que utiliza lignina — uma molécula presente em resíduos de agricultura, restos de madeira e até biomassas — como combustível renovável. O material, até então não aproveitado por instabilidade, agora poderá ser processado em escala comercial, substituindo os combustíveis fósseis.

Segundo a empresa, cuja produção é ligada a estudos da Universidade de Maastricht, a lignina é o material em maior abundância na natureza, e com um dos maiores potenciais de reaproveitamento. O “ouro verde” será produzido em uma refinaria financiada pela empresa de logística dinamarquesa Maersk, e será batizado de “Goldilocks” (“Cachinhos Dourados”, em referência à fábula).

O processo aquece lignina sólida por trinta minutos, numa solução com solventes orgânicos já presentes no mercado, sem necessidade de catalisadores. O produto final pode ser utilizado em diversas formas de abastecimento. O primeiro uso comercial em larga escala do combustível renovável da Vertoro está previsto para 2022, com a Maersk utilizando resíduos marítimos, e não restos de madeira, para a produção do material.

O investimento é parte da meta da gigante de logística em se tornar neutra em emissão de carbono até 2050. Se efetivo, o Goldilocks será o terceiro combustível limpo da empresa dinamarquesa. Anteriormente, a Maersk desenvolveu o biocombustível para aviões WasteFuel e o Prometheus, para eletrocombustíveis gerados a partir de captura do ar.

Do Olhar Digital