Para Diap, imagem de Dilma não sai prejudicada após quarta troca em ministérios

Mesmo após a quarta mudança no primeiro escalão do governo, a imagem da presidenta Dilma Rousseff não sai prejudicada na avaliação de Marcos Verlaine, do Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap). A queda do ministro de Transportes, Alfredo Nascimento, provoca  desconfianças de insatisfeitos, mas, para o assessor parlamentar, o nome de Dilma não fica manchado pela rapidez de ações e coerência na condução dos cargos.

Nascimento virou alvo de investigações a partir de denúncias sobre superfaturamento e pagamento de propina em contratos do Dnit, órgão vinculado ao ministério. As acusações eram baseadas em indícios de cobrança de propina de 4% a 5% para que contratos com consultorias e empreiteiras fossem firmados no ministério.

“O ministro percebe que, se continuar, acaba se prejudicando, e vai prejudicando também o governo. Como o Alfredo tem mandato parlamentar, volta para o Senado, a crise esfria. Vem um novo titular, que não vai ter problema porque o substituto é um técnico do PR”, analisa Verlaine, que considera muito difícil a saída do Partido da República do ministério.

O assessor do Diap ainda assegura que o governo da presidenta transmite uma imagem de intolerância à falta de transparência. “Se o ministro se defende, não tem nenhum problema. Agora, se começa a sair pela tangente, como ocorreu com o (ministro da Casa Civil, Antonio) Palocci, que demorou um bom tempo para responder às denúncias, entra-se num processo de fritura que é difícil de reverter”, analisa Verlaine.

A queda de Alfredo Nascimento representa a quarta modificação no ministério de Dilma em seis meses. Além da demissão de  Palocci, em junho, os ministros escalados originalmente para a articulação política, Luiz Sérgio, e para Pesca e aquicultura, Ideli Salvatti, trocaram as pastas.

Verlaine acredita que “as modificações foram tranquilas” e não representaram perdas irreparáveis ao governo. “Não haverá grande mudança de agenda. Agora vem o fim do semestre legislativo e essa tensão diminui”, garante o assessor.

Enquanto a oposição ganha argumentos para criticar o início de trabalho da presidenta peitsta, Verlaine enxerga as mudanças como um alerta positivo aos demais nomes que compõe o governo. “Se a oposição apostar nesse tipo de tática vai ter muita dificuldade. Com a saída de Palocci, de Nascimento, todo mundo vai procurar se blindar, corrigir erros, corrigir rota”, assegura.

Da Rede Brasil Atual