Para escapar de IPI, carros ficarão mais modernos
Seu próximo carro será mais moderno e eficiente. A previsão tem por base o novo regime automotivo, que, por meio de benefícios fiscais, estimula os fabricantes a produzirem carros que consumam menos e, por consequência, tenham menores índices de emissões.
“Podemos esperar uma evolução rápida, como aconteceu na Europa, onde as leis de controle de emissões se tornam mais rígidas a cada etapa”, avalia Rafael Borelli, chefe de produto da Bosch.
A empresa começará a fornecer para fabricantes locais o sistema Start/Stop, que desliga o motor em paradas longas para poupar combustível. Antes restrito a importados caros, esse sistema estará em modelos nacionais a partir do segundo semestre de 2013.
São tecnologias como essa (veja quadro abaixo) que possibilitarão que veículos novos fiquem 12% mais econômicos em 2017.
Segundo o regime, é a única maneira de os fabricantes evitarem um IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) 30 pontos percentuais mais alto, que entrará em vigor no mesmo ano.
A legislação considera a média ponderada dos modelos vendidos por fabricante.
De 2017 a 2020, veículos que atingirem uma redução de até 18% terão reduções extras do tributo. Isso pode fazer com que os carros consigam rodar, em média, até 17,2 km com um litro de gasolina ou 11,9 km com a mesma quantidade de etanol.
A medida favorece a adoção de motores pequenos e turbinados, como o TwinAir, da Fiat. Menor que os 1.0 nacionais e com apenas dois cilindros, esse propulsor irá equipar versões do 500 e, na próxima década, deverá chegar aos modelos populares da montadora.
As novas tecnologias ajudarão os motoristas a gastarem menos com reabastecimentos, mas deverá haver impacto nos valores de compra e de manutenção dos carros.
“A modernização sempre gera um custo adicional, mas esse não deverá ser elevado. Tudo dependerá da estratégia de cada fabricante e dos volumes produzidos”, diz Borelli.
Para Dino Maggioni, presidente da Magneti Marelli, a adoção de sistemas mais evoluídos poderá até reduzir os gastos com oficina.
“As novas tecnologias deverão diminuir o desgaste do veículo, mas exigirão maior qualidade e profissionalismo na hora da manutenção”, afirma o executivo.
Da Folha de S. Paulo