Para Lula, padrão de democracia da América Latina é exemplo para o Oriente Medio

O ex-presidente do Brasil Luiz Inácio Lula da Silva declarou nesta quarta-feira (06/04)  que o padrão de democracia conquistado na América Latina é um exemplo “extraordinário” para o Oriente Médio.

“Em poucos lugares do mundo se pratica a democracia como na América Latina”, afirmou Lula, durante seu discurso em um Fórum de Líderes do Setor Público na América Latina e no Caribe organizado pela Microsoft em Washington.

O ex-presidente citou como “um exemplo extraordinário” nos últimos anos a chegada ao poder de “Evo Morales na Bolívia, Fernando Lugo no Paraguai e eu mesmo no Brasil”.

“A democracia é uma coisa fantástica”, declarou Lula, “pressupõe instituições sólidas, alternância de poder e obriga a conviver com os opostos”, afirmou.

“Toda vez que um dirigente começa a acreditar que ele mesmo é imprescindível, estamos vendo o surgimento de uma pessoa pouco democrática e, como eu diria, de um pequeno ditador”, afirmou ao referir-se às recentes revoltas no mundo árabe.

Questionado sobre a consolidação do Brasil como motor econômico mundial, Lula ressaltou que “o milagre econômico está sustentado no milagre educativo promovido por seu governo”, e que sua sucessora, Dilma Rousseff, prometeu continuar.

Lula estimou que o país crescerá a um ritmo de 5% anual nos próximos anos para poder consolidar as conquistas educativas e econômicas, mas alertou que o Brasil “não pode ser grande se os demais não crescerem paralelamente”.

Por isso, manifestou seu desejo de “um Mercosul que inclua a Colômbia, a Venezuela, o Equador, toda a região. Não há um modelo único, devemos incluir todas as opções, para aproveitar o potencial excepcional da América Latina”.

Lula se mostrou orgulhoso do comportamento da América Latina na recente crise financeira e expressou seu otimismo nos próximos anos.

Aproveitou, além disso, a oportunidade para criticar o desempenho dos organismos mundiais como o Fundo Monetário Internacional e o Banco Mundial perante a recessão econômica.

“Europa sempre tinha soluções para os problemas da América Latina, mas quando algo ocorre na Europa não tem explicação. O BM e FMI tinham todas as soluções, mas para a Europa não sabem que fazer. Demoraram três meses para solucionar a crise de dívida na Grécia, e permitiram uma ameaça a outras economias como a Espanha”, sustentou.

“Serei ex-presidente, mas o que nunca serei é ex-político”, garantiu Lula.

No Fórum, que termina nesta quarta-feira, participaram mais de 200 líderes latino-americanos e caribenhos, entre eles a presidente de Trinidad e Tobago, Kamla Persad-Bissessar; o presidente do BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento), Luis Alberto Moreno; e diversos ministros latino-americanos.

Da Efe, via Opera Mundi