Para OIT, redução de salários é precarização do emprego
Diretora da Organização Internacional do Trabalho no Brasil, Laís Abramo, teme que o desemprego atingi primeiro e mais fortemente mulheres e negros
A diretora da Organização Internacional do Trabalho no Brasil (OIT), Laís Abramo,
disse que as propostas de redução da jornada de trabalho e a redução
proporcional dos salários representam a piora no mercado de trabalho. Segundo ela, o risco de a
América Latina e o Caribe passarem por um processo desses “é alto.”
“A OIT defende o diálogo [entre empresas e trabalhadores] para encontrar soluções para cada caso concreto. Mas, a solução não pode ser a precarizacão do trabalho. É preciso tomar cuidado
para que medidas conjunturais necessárias não tenham efeito contrário. É
preciso manter a capacidade de consumo para manter o mercado interno aquecido”,
disse a diretora.
A diretora comenta ainda que há preocupação na OIT com o prejuízo do emprego
de alguns segmentos da sociedade como negros, jovens e mulheres. Segundo
dados do Panorama Laboral, divulgado pela Organização, o desemprego no Brasil, na
América Latina e no Caribe é 1,6 vezes maior entre as mulheres. Entre os jovens é
2,2 vezes maior do que entre os mais velhos.
“Temos preocupação que o desemprego atinja primeiro e mais fortemente aqueles
extratos da sociedade que sempre foram mais discriminados, como as mulheres
e os negros”, disse.
O Metalúrgico