Para ter mais pontos na Fuvest, aluno da rede pública terá de prestar vestibular pelo menos duas vezes
A Universidade de São Paulo (USP) definiu na tarde desta quinta-feira (31) novas regras para o vestibular da Fundação Universitária para o Vestibular (Fuvest) e para o programa de inclusão de alunos da rede pública (Inclusp). A partir do próximo ano, o bônus para alunos oriundos de escolas públicas no vestibular da USP pode chegar até 15%, mas os estudantes terão de prestar vestibular desde o segundo ano e estarem inscritos no Programa de Avaliação Seriada da USP (Pasusp).
A decisão foi tomada pelo Conselho de graduação da universidade que analisa propostas de modificações no vestibular. Até o último vestibular, os alunos conseguiam 3% de bônus somente por terem frequentado escola pública no ensino médio, sem estarem obrigatoriamente inscritos no Pasusp. O acréscimo poderia chegar a 12%, no total, de acordo com o resultado de avaliação.
A partir de 2011, o acréscimo de 15% na nota vai depender de inscrição no Pasusp já no segundo ano do ensino médio. Na prática, os estudantes terão de fazer o vestibular como treineiros. Se o candidato acertar 45 questões das 90 da primeira fase do exame, ganhará o teto de 5% de bônus, dependendo do número de acertos. Outros 10% podem ser adquiridos se o aluno acertar 60 questões quando estiver no terceiro ano.
Estudantes que não se isncreveram para o Pasusp, ou saíram da escola sem participação no programa, mas estudaram em escola pública poderão obter 8% de bônus se acertarem 60 questões ou mais das 90 da prova.
O Conselho de Graduação da USP deve decidir, em nova reunião, outras mudanças em seu vestibular para dificultar o acesso à universidade. Uma das medidas seria a elevação da nota mínima na primeira fase da Fuvest.
Para o diretor de um dos cursinhos populares preparatórios para o vestibular da USP, Gilberto Giusepone Junior, do Cursinho da Poli, o aumento das notas de corte no vestibular fazem parte da conduta elitista da universidade e deve prejudicar principalmente os alunos oriundos de escolas públicas. O corte de vagas na USP Leste caminha no mesmo sentido, na visão do educador.
“Conhecendo o espírito conservador da USP, essa é uma tentativa de ser elitista, selecionar pela nota do vestibular e não democratizar acesso”, diz.
Da Rede Brasil Atual