Paralisações de advertência em todas as plantas da Volks

A partir da próxima semana, os metalúrgicos nas cinco fábricas da Volks no Brasil iniciam uma série de paralisações contra o plano de reestruturação e a demissão de 5.773 trabalhadores. Os companheiros também vão realizar manifestações públicas para esclarecer à sociedade o tamanho do impacto dessas demissões na economia brasileira.

A partir da próxima semana os metalúrgicos nas cinco fábricas da Volks no Brasil iniciam uma série de paralisações de advertência contra o plano de reestruturação da multinacional, que pretende fechar 5.773 postos de trabalho no País.

Nesses dias, além de suspender a produção, os trabalhadores vão realizar manifestações públicas para esclarecer à sociedade a dimensão dessas demissões na economia brasileira.

O presidente do Sindicato, José Lopez Feijóo, disse que as paralisações também vão alertar a empresa que ela iniciou uma briga com graves consequências para a sociedade e para a sua própria imagem.

Também estão programadas ações nas autopeças como forma de interromper a produção na multinacional.

Feijóo disse que as paralisações de advertência vão acontecer de surpresa.

Os sindicatos continuam orientando os trabalhadores a não fazerem hora extra para que as fábricas fiquem sem estoques nos pátios.

“Só com unidade os trabalhadores conseguirão enfrentar os planos da Volks, que apontam para um estrago social”, afirmou o presidente do Sindicato.

“Vamos responder com unidade de ação”

A luta contra as demissões conta com total apoio da Confederação Nacional dos Metalúrgicos da CUT (CNM-CUT) e da Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos da Força Sindical (CNTM). Juntas, elas representam 250 sindicatos e 1,6 milhão de metalúrgicos.

“A Volks não nos chamou para negociar e não pode dizer que estamos radicalizando”, protestou Eleno Bezerra, da CNTM.

Ele disse que os metalúrgicos também vão procurar os governantes, já que a Volks tem se beneficiado de incentivos fiscais e de empréstimos públicos. “Só a fábrica do Paraná deixou de pagar R$ 700 mil em ICMS”, lembrou Bezerra.

O presidente da CNM, Carlos Alberto Grana, disse que a estratégia dos trabalhadores é tratar o problema de forma conjunta: “Vamos responder com unidade de ação”.

Grana disse que a entidade já entrou em contato com a FITIM – Federação Internacional dos Trabalhadores Metalúrgicos, que se colocou à disposição para a luta de solidariedade.

Com Comitê Mundial, luta é internacional

O Comitê Mundial dos Trabalhadores na Volks divulgou nota se posicionando contra o fechamento de qualquer unidade de qualquer país e defendendo a preservação dos postos de trabalho ameaçados.

O Comitê é formado por representantes das 44 fábricas da multinacional, que na semana passada se reuniu na matriz, na Alemanha.

Feijóo disse que a posição do Comitê representa um avanço importante na luta de resistência contra o plano de reestruturação da empresa.

“O documento mostra que o comitê mundial está unido em torno dessa luta. Num segundo momento vamos discutir as nossas ações conjuntas e não está descartada uma paralisação internacional”, afirmou ele.

Câmaras se manifestam

O envolvimento da sociedade na luta dos trabalhadores na Volks começou pelas Câmaras de Vereadores de São Bernardo e Ribeirão Pires.

Na semana passada, os vereadores de São Bernardo aprovaram requerimento de solidariedade e apoio, de autoria do vereador Zé Ferreira (PT).

Hoje, em Ribeirão Pires, os trabalhadores na Volks poderão se manifestar em tribuna livre a partir das 16 horas.

Volks quer impor padrão chinês de produção

Feijóo denunciou que o objetivo da Volks, com seu plano de reestruturação, é impor um padrão chinês de trabalho.

Ganhar pouco e não reclamar, más condições de trabalho e aumento da