Paralisações estratégicas param produção na Volks
Os metalúrgicos da Volkswagen de São Bernardo do Campo paralisaram hoje, 13/08, o setor de sustentação da mola do carro – suspensão – da fábrica às 08h30 e só voltaram a trabalhar às 10h30. Apesar de ter apenas cerca de 30 funcionários, a paralisação deste setor afeta a produção do Gol e exportações.
Cerca de 700 mensalistas – engenheiros, pessoal da folha de pagamentos, processamento de dados e revenda – se juntaram aos 30 horistas e fizeram uma passeata com apitaço que passou por vários setores da linha de produção. Por onde passou, o grupo foi aplaudido e recepcionado com apitaço.
Ontem, o procurador-geral do Trabalho, Guilherme Basso, propôs à direção da Volks e ao Sindicato dos Metalúrgicos de Taubaté uma agenda de negociações para discutir a transferência dos trabalhadores para o Instituto Gente, do grupo Autovisão Brasil. A empresa não efetivaria as transferências e os trabalhadores suspenderiam as paralisações enquanto ocorrerem negociações. Segundo o procurador, a direção da Volks ficou de dar uma resposta na próxima segunda-feira, quando as partes voltarão a se encontrar.
O presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, José Lopez Feijóo, que não participou da reunião em Brasília, disse que “nós sempre temos a expectativa de que a resposta da Volks seja diferente da anterior. Se for, voltaremos à mesa de negociação. Se for a mesma que recebemos nesta segunda e nas duas outras reuniões que fizemos com a montadora, continuaremos a luta.”
No dia 21 de julho, a Volks anunciou a transferência de 3.933 trabalhadores (1.923 de São Bernardo e 2.010 de Taubaté) para o Instituto Gente a partir de 1º de setembro. No dia 22, os trabalhadores decidiram em assembléias realizadas nas duas fábricas que não aceitariam as transferências porque acordos firmados em 2001 garantem estabilidade de emprego até fevereiro de 2004 em Taubaté e até novembro de 2006 em São Bernardo.
A montadora manteve a decisão e entregou as cartas comunicando as transferências no dia 31 de julho. No dia 4 de agosto, em assembléias realizadas nos pátios da Volks Anchieta e Taubaté, a categoria decidiu que faria mobilizações diárias para garantir a entrada de todos os trabalhadores nas fábricas até novembro de 2006.
Em São Bernardo, a assembléia aprovou por unanimidade que, a partir de agora, todo dia será dia de luta. No dia 4, os trabalhadores de São Bernardo do Campo rasgaram cópias das cartas e decidiram que os originais seriam devolvidos ao RH da empresa. No dia 5, as cartas foram devolvidas por uma comissão de 15 trabalhadores e 8 mil metalúrgicos fizeram passeatas e apitaços, paralisando a produção por cerca de 5 horas. E desde o dia 6, todo dia os trabalhadores param um setor estratégico da montadora.
Marize Muniz
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