Parlamento grego aprova medidas de austeridade e gera revolta na população
O Parlamento da Grécia aprovou na noite deste domingo (13/02), por 200 votos a favor e 74 contra, mais um plano econômico que prevê duras medidas de austeridade para a população. A votação gerou uma onda de protestos e violentas manifestações por todo o país que terminou com centenas de feridos e pelo menos 130 pessoas detidas.
A aprovação das medidas era necessária para que o país recebesse um segundo resgate financeiro de 130 bilhões de euros aprovado pelo grupo conhecido como “Troika” (Fundo Monetário Internacional, Comissão Europeia e Banco Central Europeu). Caso a medida não fosse aprovada, o país correria o risco de sair da Zona do Euro.
As medidas aprovadas pelo governo prevêem um arrocho de 3,3 bilhões de euros nas contas públicas, que será obtido através de corte de pensões, redução de salários e demissões.
A “ajuda” financeira que o país receberá em contrapartida será usada apenas para o pagamento de juros de sua dívida pública. Ela precisará receber esse montante até o dia 20 de março para saldar uma parcela de 14,5 bilhões de euros.
A votação foi antecedida por uma tensa sessão de debates. O primeiro-ministro Lucas Papademos, que lidera um governo de coalizão com prazo para acabar, seu antecessor e líder do Pasok (Partido Socialista Pan-helênico) Giorgios Papandreou, além do ministro das Finanças, Evangelos Venizelos, adotaram um discurso baseado no medo para tentar convencer os deputados.
Segundo Papademos, eram apenas duas opções: “avançar com a Europa e a moeda única” ou levar o país à “miséria, à bancarrota, à marginalização e à exclusão do euro”.
Além das medidas de austeridade,os deputados gregos também aprovaram no mesmo pacote um plano de quitação de cem bilhões de euros em dívidas privadas, e um projeto de recapitalização dos bancos.
Falta de unidade
Além da falta de apoio popular, a aprovação do plano também não contou com o apoio político esperado inicialmente. O pequeno bloco de esquerda, como o esperado, votou contra o plano. Os representantes do Laos (Povo – Alerta Popular Ortodoxo), de extrema-direita, que abandonaram nesta semana o governo de coalizão, se abstiveram.
Entretanto, mais surpreendentes foram os votos contrários de representantes dos dois partidos majoritários: 11 deputados Pasok (centro-esquerda) e nove da ND (Nova Democracia, de direita, legenda de Papademos) se rebelaram – e deverão sofrer represálias na próxima eleição.
Do Opera Mundi