Patrão da Plascoating confirma calote
Ele não pagou o que deve e trabalhadores voltaram a parar produção.
Tinha fundamento a
desconfiança dos companheiros
e companheiras na
Plascoating, de Diadema,
com a possibilidade de tomarem
um calote do patrão.
Ontem, ele anunciou
que o dinheiro atrasado,
negociado para sair quartafeira
passada, não seria pago.
Imediatamente, os cerca de
80 trabalhadores cruzaram
os braços e foram para a
frente da fábrica.
O Sindicato e o dono
da fábrica estavam reunidos
ontem às 17h30 e até o
fechamento desta edição o
encontro prosseguia. A única
chance de a greve acabar
era a garantia do pagamento.
Sem isso, o pessoal continuará
parado.
Os trabalhadores cobram
o pagamento de férias,
da segunda parcela do 13º
salário do ano passado, o saldo
de hora-extra e o adiantamento
de fevereiro.
Esta é a segunda paralisação
em pouco mais de
uma semana. Na primeira,
os trabalhadores pararam
para cobrar esses atrasos e
o salário de janeiro.
“Não há justificativa
para a fábrica não pagar.
Ontem pela manhã haviam
dois caminhões carregados
de peças para a Valeo e para
a Scorpios. Produção tem”,
protestou Davi Carvalho,
diretor do Sindicato.
Ele aproveitou para
criticar a postura da fábrica,
que chamou a polícia assim
que a greve começou. “Se
alguém cometeu um crime,
não fomos nós nem os trabalhadores
que lutam por
seus direitos”, disse Davi.
Segundo ele, as condições de
trabalho são tão ruins que os
companheiros têm de levar
água de casa para beber na
fábrica.
Além do salário, estão
atrasados os depósitos do
FGTS, o recolhimento do
INSS e a entrega do vale
transporte.