Patrões administram R$ 16 bilhões de dinheiro público no Sistema S
(Foto: Edu Guimarães)
O Sistema S, formado por entidades patronais, administra dinheiro público para seu próprio uso. No ano passado, os recursos chegaram a R$ 16 bilhões.
“Ao invés de investir em qualificação e formação dos trabalhadores, os patrões ficam com o dinheiro público e utilizam do jeito que querem”, afirmou o secretário-geral do Sindicato, Wagner Santana, o Wagnão.
“É o dinheiro do povo usado para sustentar a estrutura patronal. O prédio da Fiesp foi inteiro construído com recursos do Sistema S, que também são utilizados para a manutenção do espaço”, explicou.
“A sede da Federação, na avenida Paulista, também sedia diversos sindicatos patronais. Eles falam que quem paga são os próprios patrões, mas esse recurso está embutido no custo final dos produtos, portanto, quem paga é a sociedade”, alertou.
“Esse dinheiro deveria retornar com mais oportunidades de formação e qualificação profissional, ampliação de vagas e melhor remuneração dos professores”, prosseguiu.
O Sistema S é um conjunto de entidades patronais, financiadas pelo dinheiro público, por contribuições obrigatórias das empresas ao governo federal, com o objetivo de qualificação e formação profissional dos trabalhadores.
É organizado por setores empresariais – indústria, comércio, agricultura, transportes e cooperativas. As empresas recolhem mensalmente entre 0,2% e 2,5% da folha de salários para o Sistema S. Confira abaixo a distribuição dos recursos por entidade.
“A destinação dessas receitas é como bem entendem sem nenhuma transparência. Inclusive são feitas aplicações financeiras e investimentos imobiliários enquanto o atendimento à população fica restrito”, ressaltou.
O Tribunal de Contas da União, o TCU, informou que as entidades do setor tinham R$ 16,6 bilhões em aplicações financeiras em 2013 e, no ano seguinte, já estavam em torno de R$ 18 bilhões.
“Um orçamento bilionário como este tem que ser mais transparente. O dinheiro é público e deve ser tratado como tal”, concluiu.
Governo cede para aprovar reforma da Previdência
Em busca de apoio para aprovar a reforma da Previdência, Temer assinou ontem uma medida provisória para renegociação das dívidas de estados e municípios com a Previdência.
Com abatimentos de juros e multas, as dívidas das prefeituras ao Instituto Nacional do Seguro Social, o INSS, devem cair de R$ 75 bilhões para R$ 45 bilhões. Além do parcelamento de dívidas, haverá redução de 25% dos encargos, 25% das multas e 80% dos juros.
Na semana passada, a Comissão Especial que analisa a proposta na Câmara dos Deputados aprovou o substitutivo da reforma da Previdência e o texto seguirá para votação em plenário. Para ser aprovada, ela precisa de no mínimo 308 votos a favor, dos 513 deputados.
Mutirão em Brasília
A CUT e demais centrais sindicais fazem hoje mobilização em Brasília para pressionar os parlamentares a votarem contra as reformas da Previdência e Trabalhista.
Representantes dos trabalhadores farão mutirão de visitas aos gabinetes para intensificar a pressão. No dia 24, está marcada a Marcha e Ocupação de Brasília em ato contra a retirada de direitos.
Da Redação