Patrões formam frente contra a PEC

Patrões ligados à Fiesp e à Federação do Comércio se reuniram a portas fechadas com sindicalistas e parlamentares conservadores na última terça-feira, em São Paulo, e fundaram um movimento de direita batizado como Frente Brasileira pela Nova Independência. Os dois mais poderosos empresários brasileiros, Jorge Gerdau e Antonio Ermírio de Moraes, apoiaram a iniciativa.

Apenas dez pessoas participaram do encontro que definiu como principal objetivo do grupo no momento derrubar a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) da reforma sindical que está no Congresso.

Entre os defensores da derrubada estão o presidente da Federação do Comércio, Abram Szajman, e o diretor do departamento sindical da Fiesp, Roberto Ferraiuolo. Em nome do presidente da Câmara Federal, Severino Cavalcanti, o deputado Milton Monte (PL), comprometeu-se a trabalhar pela rejeição da reforma no Congresso. 

Não à representação

A CUT foi o principal alvo dos discursos dos patrões porque apóia a reforma. Eles consideraram como principais pontos que podem atingir os interesses patronais a obrigatoriedade da representação sindical no local de trabalho e a possibilidade da substituição processual.

Os empresários dizem ter o apoio formal de 197 deputados federais e tentam convencer a bancada ruralista, com cerca de 100 parlamentares, a votar contra. Para ser aprovada, a proposta precisa no mínimo de 307 votos (3/5) dos deputados.

Proposta está em Comissão

A proposta de reforma está ainda na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara.

Em seguida, deve ser encaminhada à uma Comissão Especial para avaliação dos aspectos técnicos e jurídicos.

Depois precisa passar por duas votações na Câmara e outras duas no Senado.

Entre as discussões no plenário, o Congresso tem de promover audiências públicas.

No entanto, os vários segmentos contrários têm aproveitado essas audiências para promover manifestações e protestos contra a reforma.