Patrões voltam a chorar contra redução da jornada para 40 horas semanais

Produtividade cresceu 150% nos últimos anos e cobre gastos com redução da jornada

Produtividade cobre o irrisório aumento de custo

A Proposta de Emenda Constitucional (PEC) que reduz a jornada semanal de trabalho para 40 horas semanais foi aprovada pela comissão especial da Câmara Federal, mas ainda tem um longo caminho a percorrer, pois precisa passar pelo plenário e depois ser aprovada duas vezes no Senado.
Os benefícios da PEC para os trabalhadores são evidentes, mas o grande número de deputados e senadores que também são empresários é um sério obstáculo a ser superado.
Exemplo desse ataque ocorreu ontem, quando a Confederação Nacional da Indústria repetiu o mesmo discurso adotado há décadas pelos patrões ao tratar sobre direito dos trabalhadores.
Para a CNI, as 40 horas elevarão os custos da produção e serão mais um obstáculo às contratações.
Pelas contas do Dieese, a redução da carga horária implicaria um aumento no custo final de produção de 1,99%, na média, percentual que seria absorvido num prazo de seis meses pelo aumento da produtividade.

Já está pago
Pesquisa do economista do órgão, Cássio Calvete, mostra que nos últimos dez anos a produtividade teve um crescimento de 150% e que os patrões têm condições de bancar a redução da jornada.
Para o economista Márcio Pochmann, presidente do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), trabalhar menos significa distribuir melhor a riqueza.
“A redução da jornada de trabalho seria um elemento chave pra compensar o desequilíbrio que estamos assistindo em termos de repartição da renda e da riqueza”, comentou.

 
Festa na aprovação da PEC na comissão da Câmara