Pauta entregue. Começa o jogo!

A Federação Estadual dos Metalúrgicos (FEM) da CUT entregou ontem a seis grupos patronais as reivindicações da categoria neste ano. "Nesse jogo os trabalhadores têm que entrar em campo", afirmou Sérgio Nobre, presidente do Sindicato.

FEM-CUT entrega pauta aos patrões

Representando 12 sindicatos filiados que somam 250 mil trabalhadores em São Paulo, a Federação Estadual dos Metalúrgicos (FEM) da CUT entregou ontem a pauta da Campanha Salarial 2010 aos seis grupos patronais que negociam com a categoria.

Após um ato diante da Fiesp, na Capital Paulista, receberam as reivindicações os representantes dos Grupos 2, 8, 10 e Fundição.

À tarde, o documento foi entregue para a Anfavea e o Sindipeças.

“Nossa expectativa é muito boa”, comentou Valmir Marques, o Biro Biro, presidente da FEM-CUT.

“Vamos negociar salário em um cenário de produção em alta e contratações”, prosseguiu.

Ele explicou que a Federação encaminhou a pauta deste ano cerca de um mês mais cedo que o habitual por conta do período eleitoral.

“Queremos fechar um acordo o mais rápido possível”, disse Biro Biro. “Nossa experiência mostra que não é produtivo fazer campanha salarial em época de eleições”, afirmou.

Lágrimas
Sérgio Nobre, presidente do Sindicato, destacou que a entrega da pauta era apenas o pontapé inicial da Campanha Salarial. “Daqui para a frente, é muita mobilização e muita luta”, destacou.

“Nossa campanha é diferente do futebol, onde os torcedores ficam na arquibancada acompanhando o jogo”, continuou o dirigente.

“Em nossa campanha, ninguém fica na arquibancada esperando o acordo. Os trabalhadores tem que entrar em campo e jogar junto com os dirigentes”, comparou Sérgio Nobre.

O presidente da CUT São Paulo, Adi Lima, alertou o pessoal presente no ato para não se assustar com as lágrimas que iriam cair do prédio da Fiesp.

“Todas as vezes que entregamos uma pauta, começa a choradeira dos patrões dizendo que estão em dificuldade para atender nossas reivindicações”, lembrou.

Contrato coletivo
Já o diretor da Confederação Nacional dos Metalúrgicos (CNM) da CUT, Valter Sanches, destacou que o acordo fechado pela categoria em São Paulo é parâmetro para todo o Brasil.

“As negociações feitas pela categoria nos demais Estados neste ano estão com piso maior por causa de nossos acordos, o que é bom para a luta histórica dos metalúrgicos em busca de uma convenção coletiva nacional”, concluiu Sanches.