Pedágios de SP, entre os mais caros do mundo, aumentam mais em julho
As tarifas de pedágio de São Paulo, entre as mais caras do mundo, foram reajustadas neste domingo (01/07). Nas rodovias onde incide o IPC-A ( Índice de Preços ao Consumidor Amplo), o aumento foi de 4,98% e, onde é adotado o IGM- (Índice Geral de Preços do Mercado), o reajuste foi de 4,26%. Segundo informações da Agência de Transporte do Estado de São Paulo (ARTESP), o aumento será de até R$ 0,30 em 85% das praças de pedágio.
Na tentativa de minimizar o impacto do aumento, a ARTESP alega que os reajustes de 2012 ficaram “abaixo da inflação” e dos índices de reajustes do ano passado, quando as tarifas tiveram alta de até 9,77% e uma enxurrada de críticas durante a campanha eleitoral pesaram sobre o tucano Geraldo Alckmin.
O fato é que os pedágios de São Paulo continuam entre os mais caros do mundo, qualquer que seja o índice de reajuste. Estudo recente divulgado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) mostra que o aumento do pedágio ficou 168% acima da inflação em duas décadas – uma média de R$ 12,76 em São Paulo (a cada 100 km), e isso antes do aumento do dia 1º de julho…
Sem contar que o estado de São Paulo lidera a quantidade de praças no Brasil – eram apenas 40 em 1997 e agora são mais de 200, inclusive em cidades pequenas que ficaram “ilhadas” como é o caso de Itatiba. Com pouco mais de 100 mil habitantes, o município tem três postos de pedágio nas rodovias que seguem para Campinas, Louveira e Jundiaí.
Alta no pedágio encarece custos de produtos e serviços
Vale ressaltar que a tarifa tem impacto não só nos deslocamentos dos carros de passeios, mas no transporte de cargas, com reflexos no valor das mercadorias, e também no transporte de passageiros, com alta no custo dos fretamentos rodoviários e na tarifa dos ônibus. Esse efeito cascata é alvo de vários estudos que mostram o impacto dos pedágios na tarifa de diversos produtos e serviços, mas parece que o governo estadual do PSDB desconhece estas análises.
Um outro estudo, realizado em 2010, revelou que um motorista de caminhão de seis eixos, rodando 15 mil quilômetros ao mês nas rodovias paulistas, pagava mensalmente R$ 9.459 de pedágio e, por ano, um total de R$ 113.508. Com combustível, o motorista gastava R$ 117.540 ou seja, valor quase igual com o pedágio. No mesmo ano, em algumas linhas do transporte intermunicipal o pedágio embutido na passagem chegava a 14% do preço total, até R$ 0,70 a mais na tarifa, totalizando R$ 420 por ano.
A CUT/SP avalia que os investimentos nas rodovias são necessários, certamente, para o pleno desenvolvimento de São Paulo. Porém, os custos não podem ser arcados pelos trabalhadores e trabalhadoras que pagam caro pelo alimento, pela passagem de ônibus e pela viagem de carro. Isso é inaceitável, inclusive, pela altíssima lucratividade das concessionárias de estradas, que atuam num dos quatro investimentos mais rentáveis do Brasil – superando até os bancos, e perdendo apenas para as empresas operadoras de cartão de crédito, dos ramos de bebidas, cigarro e mineração.
Da CUT/SP