Pela correção da tabela do IR: Ato mexeu com o governo
>> O ato de terça-feira teve muita repercussão. Será que vai mexer com o governo?
A intenção foi demonstrar ao governo que os trabalhadores têm disposição de lutar por suas reivindicações. Acho, sim, que mexeu com o governo.
>> O que significou a manifestação para outros setores da sociedade?
O Brasil todo soube do ato. Os oito milhões de pessoas que pagam Imposto de Renda no Brasil estão esperançosos porque a correção da tabela se reverte em benefício para toda a sociedade. É mais dinheiro para os salários o que contribuiu pa-ra girar a economia.
>> Qual a expectativa em relação à reunião com Palocci dia 11?
Ao ver a manifestação e a disposição de luta dos trabalhadores, espero que ele não traga apenas um estudo da Receita Federal. Estudos sobre o IR o Dieese faz pra nós. Espero sensibilidade e uma proposta de correção da tabela que reduza a carga tributária.
>> Na sua opinião, qual seria a tributação justa do IR para o trabalhador?
São duas coisas. A primeira é a correção anual da tabela. A cada ano o imposto confisca uma parte daquilo que conseguimos como recomposição de poder de compra do salário.
A outra, é que o IR deveria ser progressivo como em outros países. No Brasil ele é regressivo, temos apenas duas alíquotas. Isso penaliza as baixas rendas e dá brechas para que rendas mais altas paguem pouco. Para termos justiça fiscal, o ideal seria termos alíquo-tas proporcionais ao rendimento. Quem ganha menos deve ou não pagar ou pagar menos.
>> E se a resposta do governo não for positiva?
Não esperamos um não. Mas se a resposta não for positiva vamos ampliar a campanha, incluir outros segmentos sociais nela e manter a pressão. Vamos discutir outras formas de continuar a campanha.