Pelo Contrato Coletivo Nacional, 170 mil parados
Salários e direitos iguais para todos os metalúrgicos brasileiros. Com essa palavra de ordem, cerca de 170 mil metalúrgicos fizeram ontem atos e paradas da produção no dia de luta pelo contrato coletivo nacional de trabalho. O pessoal de todas as montadoras no ABC parou por até duas horas e meia.
Cerca de 170 mil metalúrgicos
em 8 estados
realizaram ontem
atos de protestos e
paradas da produção no dia
de luta pelo contrato coletivo
nacional de trabalho.
As manifestações aconteceram
em 81 empresas, as
mais importantes do setor
automotivo e siderúrgico
do País.
Aqui no ABC todas as
montadoras pararam entre
duas horas e duas horas e
meia. Na Volks, o ato reuniu
horistas e mensalistas no
pátio da montadora.
O presidente da CUT,
Artur Henrique, que esteve
na montadora, lembrou da
pesquisa do Dieese sobre o
custo de vida ser semelhante
em todo o País, apontando
para a necessidade de um
salário nacional igual, sem
diferenças.
Para o presidente do
Sindicato, José Lopez Feijóo,
não se pode aceitar diferenças
absurdas de salário e
de condições de trabalho nas
diversas regiões do País.
“Enviamos a pauta às
montadoras e a resposta foi
não. Como não somos de
desanimar estamos dando
continuidade a esta jornada
de luta, que promete ser longa”,
disse.
O ato na Mercedes-Benz contou com a participação
do deputado Vicentinho,
que está dando todo
o apoio à luta dos metalúrgicos.
Ele será o relator do
projeto de lei que reconhece
juridicamente as centrais
sindicais que, entre outras
ações, poderão entrar na
Justiça em nome dos trabalhadores.
Já o secretário-geral da
Confederação Nacional dos
Metalúrgicos, Valter Sanches,
afirmou que o protesto era para
chamar a atenção do patrão
para a reivindicação de salário
igual para trabalho igual.
Na Ford, aconteceram
dois protestos. O primeiro
reuniu horistas e prestadores
de serviço no pátio da montadora
e o segundo aconteceu
no restaurante com os
mensalistas.
Nas duas manifestações
o secretário-geral do Sindicato,
Rafael Marques, afirmou
que, além do contrato
nacional, os metalúrgicos
querem piso salarial de R$
1.300,00 e redução da jornada
de trabalho para 40 horas
sem redução de salário.
Durante o protesto
na Scania, o presidente da
CNM-CUT, Carlos Alberto
Grana, disse que o protesto
era apenas uma advertência
aos patrões. “Nossa mobilização
poderá se transformar em
greve nacional”, avisou ele.
Balanço da paralisações
São Paulo – montadoras do ABC, Taubaté, Indaiatuba, Sumaré, Mogi das Cruzes e autopeças de Sorocaba e Capital
Paraná – Volks, Volvo e Renault
Minas Gerais – Fiat, Teksid, Aethra, V&M, Usiminas e Gerdau
Espírito Santo – Arcelor e Belgo
Amazonas – Digitron, Atlantic e Jebio
Rio Grande do Sul – Gerdau e MWM
Pará – Albrás
Santa Catarina – Tupy