Pelo controle público da comunicação

O maior desafio que os movimentos sindical, popular e social vão enfrentar na 1ª Conferência Nacional da Comunicação (Confecom) será conquistar que a sociedade defina a comunicação que deseja.


Rosane Bertotti disse que empresas querem boicotar Conferência

Comunicação é direito de todos
Fazer da comunicação um direito é um dos maiores desafios que os movimentos sociais, populares e sindical enfrentarão na 1º Conferência Nacional de Comunicação (Confecom), que acontecerá entre 1º e 3 de dezembro, em Brasília.
A conferência será um debate entre governo e sociedade para definir políticas públicas para o setor. Nos últimos dez anos, já ocorreram conferências sobre 53 setores entre eles os da saúde, mulheres e educação.

Sociedade
O Confecom atende a reivindicação de vários movimentos pela democratização dos meios de comunicação, uma vez que as políticas de radiodifusão no Brasil são e sempre foram definidas sem a participação da sociedade. Isto significa que, há décadas, um pequeno grupo de empresas determina tudo o que ouvimos, lemos e vemos.
É por isto que jornais, rádios e televisão tratam greves de trabalhadores como caso de polícia, aos negros são reservados funções subalternas em grande parte dos programas de tevê e as mulheres são consideradas objetos de desejo e consumo, entre outros exemplos de preconceito e violência.
Patrão não quer Transformar comunicação em um direito significa transformá-la numa prática que contribua para a redução das desigualdades sociais, com a construção da democracia e cidadania no País e permita o acesso da população, por meio da participação e do controle, de todos os meios (jornal, rádio, tevê, internet).
A reivindicação dos movimentos sociais é que a comunicação seja definida pela sociedade, com leis claras, para servir à promoção da educação, da cultura, dos direitos humanos, da igualdade e à integração do País.
Mas, os donos das empresas não querem mudar nada. É por isso que o maior obstáculo que a Confecom enfrenta vem das empresas de comunicação, que boicotam a conferência.
“Para nós, tudo tem de ser debatido”, afirma Rosane Bertotti, secretária de comunicação da CUT e membro da organização da conferência. “Para os empresários a discussão deve gerar apenas sobre o futuro da internet, porque eles não aceitam qualquer debate ou política de controle dos meios”, conclui.

Os temas da Confecom
A partir do tema título  Comunicação: meios para a construção de direitos e de cidadania na era digital, os movimentos defendem que o debate deve envolver, entre outros, os seguintes assuntos: concentração da mídia no País (hoje, apenas oito famílias controlam tudo ); produção independente e regional na TV e no rádio; políticos donos de rádios e TVs (o que é proibido por lei); rádios e tevês comunitárias e públicas.